MESSALINA
Com a mulher, quando boa,
Tudo caminha para o certo;
Porém, quando ruim voa
Mais alto o demônio, decerto.
Cláudio, o imperador romano,
Tinha uma esposa chamada Messalina,
Uma mulher amante do profano,
Um demônio gerador de ruínas.
Fazia do marido gato e sapato.
Tinha dezenas de amantes
E casava-se por decreto, e o ato
Sexual era visto pelos infantes.
O próprio Cláudio casava a esposa
Com alguém que supostamente
Era vítima dessa mariposa;
Tudo isto a pretexto de festas indecentes.
Os mancebos escravos eram usados
Pelos desvairados desejos dessa mulher.
Ficavam à disposição e eram maltratados
Até a morte, quando faltavam
As energias que o caso requer.
Insaciável pelo sexo desabrido,
Messalina foi assassinada
A mando do próprio marido,
E nem sua memória foi requisitada.
...E pensar que a mulher moderna
Ainda deseja mais liberdade.
O exemplo de Messalina é a baderna
Feminina divulgando licenciosidade.
Se a mulher mais liberdade reclama,
A mulher romana foi mais emancipada,
E os desvios não terminavam na cama:
Iam além das execuções da cruz e espada.
Somos hoje homens e mulheres,
O produto mais elaborado
Pelos milênios de aprendizado,
Arrojando-nos ao futuro que vier.
Deve fazê-lo com boa mulher,
e terá sucesso.
Portanto, todo preconceito é daninho:
É sentimento de atraso do progresso.
Se o homem deseja abrir caminho,
Deve fazê-lo com boa mulher.
e terá sucesso.
17.03.95
(do livro: "ÉS MULHER" - publicado em 1996) |
