CRISTINA
Tinha dez anos quando a vi.
Era ela apenas uma criança.
Incrível e indizível a paixão que senti.
Seu nome balbucio sempre: “Cristina”.
Não há amor se o tempo o mata,
Até o amor de uma criança franzina,
Barriguda, feia e de cabeça chata,
Tez morena, ágil e toda fina
Perdura em nossa existência!
Porém, eu não previa a sina,
Que o Criador por experiência
Se nos mostra e ensina.
E aquele fogaréu amoroso,
De uma precoce adolescência,
Queima e adultera até hoje...
...Uma menina:
Àquela formosa Cristina.
31.julho.1965
(do livro: "ÉS MULHER", publicado em 1996)
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