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Artigos-->Lula ganha, mas não leva -- 31/10/2002 - 12:39 (Rafael Coelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lula ganha, mas não leva.



Não é isso que você está pensando. Não, os militares não vão intervir dessa vez, nem o Lula vai ser assassinado antes de assumir. Ele vai receber a faixa direitinho, e vai estar no Palácio do Planalto por quatro anos, como roga a lei.



O problema é que, para se governar no Brasil, precisa-se fazer alianças políticas, já que nenhum partido tem condições de governar sozinho. Simplesmente não tem maioria no Congresso. Nós votamos numa pessoa para presidente da república, achando que essa pessoa vai exercer o poder. Na realidade, essa pessoa tem apenas duas funções: servir como Chefe de Estado e como Chefe de Governo. Como Chefe de Estado, ele tem a função cerimonial: é o sumo representante do povo brasileiro, e isso ele vai ser: vai cumprimentar outros Chefes de Estado, vai receber as credenciais dos diplomatas que vêm ao Brasil. A outra função é de Chefe de Governo.



O Partido dos Trabalhadores, através dos tempos, consagrou-se como defensor do povo enquanto era intransigente. Sempre se recusou a fazer alianças políticas com grupos que não compartilhassem de suas idéias: socialismo e reforma social. Era, portanto, um partido isolado e apolítico. Pode-se dizer que era um partido puro, que não deixava macular suas idéias através de alianças com partidos de ideologia contrária. Tudo isso mudou. Ao associar-se ao Partido Liberal, fez o mesmo que os tucanos fizeram com o PFL: venderam a pureza de sua alma. Quem governa é uma frente partidária, com o PT à sua frente, mas onde todos os parceiros têm voz e voto.



Isso quer dizer que o Lula é o presidente, mas o governo é a coligação partidária. O presidente já começa seu mandato com o rabo preso, uma vez que depende do apoio do Congresso para estabelecer qualquer mudança que queira introduzir. Aconteceu com o PSDB, e vai acontecer com o PT também. São dois partidos de gente de boa vontade, e compromissados com o progresso social. O problema é que sempre tem alguém atrás atrapalhando, garantindo seus interesses pessoais.



Esperança? Essa continua… que eu esteja errado, e que Lula consiga governar do fundo do seu coração, e não das alianças políticas. Que o Brasil como um todo consiga usufruir os frutos da nossa produtividade. Que Lula consiga para todos os brasileiros o que conseguiu para os metalúrgicos do ABC: uma vida honesta de classe média, comida na mesa, uma casa modesta e um carrinho na garagem. Que as desigualdades sociais diminuam. Que o governo se concentre mais em educação e criação de empregos. Assim poderemos demonstrar nosso verdadeiro potencial.



Apesar do meu ceticismo, tem que dar certo. Mesmo porque, se não der, daqui a quatro anos vai ser pior. Vai vir uma força política reacionária, mas que vai ser abraçada pelo eleitorado sedento de mudanças reais.



© 2002 Rafael Coelho
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