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Cronicas-->Fernando -- 14/10/2004 - 10:18 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADEUS, FERNANDO!

A morte de Fernando Sabino chegou-me no mesmo dia em que recebia as proivas do meu oitavo livro, Bom Dia, Espanha!
Um dia em que estava particularmente reflexivo, sem saber em que destino vai levar-me essa vida de escritor.
Ao saber de sua morte, senti algo parecido como
quando estava num hotel e soube, pela rádio
destinada
a tocar somente música, da morte de João Cabral.
A noticia deixou-me com sentimentos cruzados de tristeza e esperança.
"Morte, colar no pescoço da vida", como dizia Drumond que ele tanto
citava.
A morte de Fernando, gloriosa porém, veio encontr´-lo com uma obra vasta e um homem relativamente feliz - um belo e raro exemplar da espécie humana, Frnando Sabino. Figura ra de simpatia nos tempos aziagos de hoje. Lembro-me frases soltas dele, nas entrevistas:
"_ Eu me considero, graças a Deus, um homem rico.
De fato, na infãncia tinha que dividir as bolachas.
"- O escritor so´tem oibrigação de escrever. O resto e´com a pátria."
Era dono de um otimismto à mineira, sem exageros.
_ "No fim tudo dá certo, senão não e´o fim."
Fico pensando que atravessei duas décadas lendo
e aprendendo com as Cronicas dele. "_ A verdade não e´preta nem branca, e´de outra cor que
permeia as duas."
Os livros da coleção para gostar de ler... sempre a marca da prosa
do Fernando.
Amante da boa vida, realizou-se nela, olimpicamente.
Morreu velho sem parecer velho, dai´minha surpresa, porque
jamais dava-me conta da sua idade. Partiu discreto,
dentro de casa, sem espanto, na véspera do que
seria seu último aniversário. Véspera também do feriado
do dia das crianças e da padroeira. Morreu de véspera,
elegantemente.
Talvez Fernando já estivesse a fim de encontrar seus
outros amigos. Fica dele a esperança de encontrar
ainda ternura e encanto no elemento humano da vida.
Na ultima entrevista que vi dele, divertidíssima, dizia:
_ Depois de uma certa idade, se um homem tiver um mínimo
de dignidade, tem que jogar fora tudo que os outros
e a sociedade jogou em cima dele e transformar-se novamente
no menino que foi.
Para ele, tornar-se menino era um ponto de honra.

15.10.2004

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