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Contos-->Causos do Casemiro -- 23/03/2007 - 16:47 (Jader Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Causos do Casemiro

Meu amigo, Casemiro, antigo cidadão de Cachoeira Paulista, gostava bastante de ouvir minhas histórias engraçadas sobre os velhos tempos em que fui vendedor de remédio. Ele mesmo, bom observador, também sabia contar seus causos interessantes. Dia desses, fui visitá-lo e lhe falei sobre um lendário farmacêutico de Jacareí, o Celestino, que nunca pagava suas duplicatas. Sempre alegava não poder pagar e, diante dos seus cobradores que sugeriam a devolução da mercadoria, argumentava com uma certa lógica:”Aqui na minha farmácia, meu filho, a mercadoria custa para entrar, mas para sair é mais difícil ainda!...”
Quando o vendedor era um sujeito magro, como era o meu caso pessoal, e se apresentava para lhe fazer uma cobrança de duplicata, o Celestino dava um jeito de se livrar da incômoda visita. Simulava preocupação com a saúde do vendedor, pegava um vidro de Biotônico Fontoura e dizia em meio a uma nuvem de perdigotos:”Tome isto direitinho, meu filho, é de graça, mas só volte aqui quando estiver mais gordinho!...” O homem era realmente uma dureza.
Depois de ouvir pacientemente minhas histórias, acabei ouvindo do amigo Casemiro uma importante revelação sobre um farmacêutico, de nome Osvaldino, morador da cidade de Cachoeira Paulista,SP. O cara era manco e neurótico de carteirinha.
Revelou-me o Casemiro, que, quando o Osvaldino passava mancando, os habitantes de Cachoeira se punham a discutir sobre o problema real do homem. Buscavam chegar a uma conclusão. Queriam saber se era a perna direita do farmacêutico que era a mais curta ou se a esquerda que era mais comprida. Pode uma malvadeza maior do que essa?
Quando Casemiro foi chefe no D.E.R, homem ativo e dinâmico, viajava muito pelo Brasil. Certa feita, numa feira de Caruaru, PE, deparou-se com uma “fieira” de dentaduras penduradas numa barraca. As dentaduras estavam à venda como se fosse uma réstia comprida de alho.
Observou ele que ao lado da “fieira” de dentaduras havia uma bacia com água limpa. Curioso, indagou qual a utilidade daqueles “sorrisos” fixos, feitos de resina cor de rosa, ali pendurados. O feirante lhe revelou que os caboclos vinham do interior, das roças distantes já com a boca previamente murcha. Experimentavam várias dentaduras até achar uma que encaixasse melhor na “goiaba” da gengiva. A que melhor servisse era comprada. O caboclo voltava pra casa com um sorriso novo, recém comprado na feira de Caruaru... Eu quis saber mais:”E o balde com água, Casemiro, para que servia o tal balde com água ao lado das dentaduras?” Respondeu-me ele, na maior cara de pau: “Ah!, eu ia me esquecendo. A bacia de água era para lavar as dentaduras que não encaixavam e precisavam voltar limpas para o varal...”.
E concluiu: “É por isso —pelo fato de ficarem penduradas no arame—, que todas as dentaduras dos nordestinos têm um furinho no céu da boca... Você não acredita?”
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