Obs.: Poesia escrita logo após a morte do meu pai, Pedro Sabino da Mota – 1912/2007)
Algo como o vento o levou subitamente.
Sobressaltada saí por todos os cômodos a procurar,
por onde seguia o seu espírito!
Ao longe, vi uma porta aberta,
dando passagem a um ambiente cercado de neblina...
Foram os olhos da sensibilidade quem viram
e o entendimento fez rolar lágrimas de tristeza!
Aquela entrada se desintegrou lentamente,
fechando o acesso a sua presença!
0 ar em movimento,
desfolhou as pétalas dos seus dias vividos,
espalhando a sensação de vazio...
A urgência em conhecer os mistérios de Deus,
não lhe permitiu dizer adeus.
O sentimento de perda agarrou-me desesperadamente,
fazendo-me inclinar os joelhos no chão:
* “Que homem há, que viva, e não veja a morte?”
Separação física... saudades eternas...
Tudo o que ele foi,
está guardado no porta-jóias do meu coração:
Uma mina de riquezas
que o tempo não pode apagar!
* Salmos 89. 48
© Rosimeire Leal da Motta.
Página Pessoal: http://www.rosimeiremotta.com.br/ |