É inegável o carisma e a liderança natos de nosso novo Presidente, que com a sua capacidade de articulação e determinação, atuará como um maestro, estando para isso escolhendo meticulosamente os“músicos”de sua orquestra sinfônica, que irão ter a árdua missão de transformar a tragicômica realidade social brasileira, em uma harmoniosa sinfonia popular, onde o outrora “sapo barbudo”, apelido pelo qual Lula era achincalhado pelos seus adversários, depois de devidamente referendado pela população, transformou-se num príncipe, e fiel depositário de toda esperança em dias melhores, com mais justiça social e melhor distribuição de rendas.
Em campanha histórica, eis enfim que Luiz Inácio Lula da Silva, legitimou nas urnas, de maneira insofismável, o direito de subir a rampa do Planalto e assumir o comando da maior nação da América Latina e da oitava economia mundial. Para isso, teve que se desdobrar em alianças, suavizar o discurso e até mesmo melhorar o seu visual.
É inegável o carisma e a liderança natos de nosso novo Presidente, que com a sua capacidade de articulação e determinação, atuará como um maestro, estando para isso escolhendo meticulosamente os“músicos”de sua orquestra sinfônica, que irão ter a árdua missão de transformar a tragicômica realidade social brasileira, em uma harmoniosa sinfonia popular, onde o outrora “sapo barbudo”, apelido pelo qual Lula era achincalhado pelos seus adversários, depois de devidamente referendado pela população, transformou-se num príncipe, e fiel depositário de toda esperança em dias melhores, com mais justiça social e melhor distribuição de rendas.
Não podemos, entretanto, esquecer que, para que isso se concretize, teremos todos que dar ao novo presidente um voto irrestrito de confiança, tendo em vista que o mesmo irá atravessar um lago cheio de jacarés famintos, pronto a atacar ao menor desencontro de idéias. O caminho para a concretização desses ideais estará infestado de cães raivosos e hienas invejosas.
Por mais que queira buscar o entendimento e o Pacto social, Lula terá que ser muito cauteloso, pois muitas figuras que habitam o cenário político, almejam a Presidência do Brasil, de forma tão obcecada, como ele mesmo almejou durante todos esses anos de militância política, e por essa razão, esse pessoal, não terá interesse algum em manter uma relação harmoniosa, franca, e isenta com aquele que naturalmente será o adversário da situação, para quem quiser concorrer à presidencia em 2006.
Prova disto, é a forma com que a Governadora eleita do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, vem colocando a sua posição em relação ao novo Presidente. Ela deixa bem clara, em suas alfinetadas, que o seu apoio a Lula é bem tênue, já que com certeza o seu marido, Anthony Garotinho, estará de volta à disputa pelo Planalto e que para isso, estrategicamente, deverá haver pontos divergentes bem acentuados entre o seu clã e o governo federal. Enquanto isso, Garotinho está afiando as suas armas, para novas investidas, bem ao seu estilo “neo-evangélico”, ou seja, uma mão na Bíblia e outra no porrete. Vejo no horizonte, fortes nuvens negras pairando sobre as relações entre o “Casal 20”carioca e o Presidente eleito, Lula.
José Serra, a despeito de toda a frustração pela perda, oferecerá bem menos perigo ao governo Lula, pois o seu mandato como Senador, está no final, e passará os próximos quatro anos lutando para sair do no ostracismo, visto que o PSDB já tem o seu “enfant-gaté”(*) para a próxima disputa presidencial: Aécio Neves. Aécio vem se preparando com muito esmero para assumir o cargo, “in memoriam” de seu falecido avô, Tancredo Neves. Ficou bem claro que o jovem político mineiro, aprendeu muito bem as manhas da arte política, bem ao estilo de seu lendário antepassado, evitando explicitar o seu apoio a José Serra e muito menos a Lula,já que, qualquer um dos dois que se sentasse naquela tão cobiçada cadeira em Brasília, já seria considerado seu adversário político natural.
Ciro Gomes, depois do apoio circunstancial ao PT, deverá voltar ao seu estilo tradicional, e para isso ficará entrincheirado, recarregando as baterias e polindo os contatos
O Maranhão não vai querer ficar de fora e deverá entrar duro na disputa com a sua candidata Roseana, ainda não refeita das escoriações sofridas em sua fracassada tentativa de subir a rampa do Planalto.
Em resumo, nenhum desses personagens vai querer chegar a 2006, como aliado político, ou mesmo sintonizado com Lula, pois essa postura seria um suicídio eleitoral, um enfraquecimento, um golpe muito forte em suas convicções e vaidades.
O sucesso de Lula corresponde à redução de suas chances nessa corrida maluca em que se transformou a sucessão presidencial brasileira.
Luiz Inácio, por sua vez, terá de continuar contando com toda essa mobilização popular , amparado num forte pacto social, capaz de lhe garantir uma couraça bem resistente, e um escudo, no melhor estilo dos antigos gladiadores romanos,forte o suficiente para resistir e vencer os seus opositores.
Lula, que Deus lhe ilumine, e o ajude a conduzir o Brasil à tão esperada condição de justiça social, independência econômica e desenvolvimento sustentado.
(*) Enfant-gaté : expressão francesa que significa "menino mimado"
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