Se, em pensamento, me chamas,
Buscando o prazer da entrega,
Meu corpo a ti se não nega,
Pois, tanto quanto me amas,
Também eu, musa querida,
Amo-te em toda a plenitude,
Temos, ambos, a virtude
Dessa paixão sem medida.
Um, sem o outro, não vive,
Como se em par fôssemos feitos,
Tu me dás, de todos os jeitos,
O amor que, dantes, não tive.
Houve tempos em que vivi
Sob o manto da solidão,
Tempos que longe se vão,
Porque agora eu tenho a ti.
|