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Artigos-->Minha Língua Não é o "Economês" -- 29/10/2002 - 15:21 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Minha Língua Não É Essa

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Não. Definitivamente, não. Minha língua, a língua que falo, que aprendi a escrever, na escola primária, não tem certas palavras. Incompreensíveis, à primeira vista. Minha língua não é falada por todos deste planeta. Não tem a pretensão de ser universal. Como o Esperanto. Nem traz o gosto hegemônico da língua inglesa. Da linguagem comercial. Da linguagem política. Da linguagem bélica. Nem é tão falada como a chinesa. E como tantas outras línguas de grandes contingentes populacionais.



Minha língua não é dominante nem dominadora. Mas não é subserviente. Talvez algumas pessoas a utilizem e o sejam. Mas a grande maioria não faz esse tipo de uso da língua pátria. A nossa língua é filha do Latim. Da mãe que já morreu. Da mãe sem fim. Não falamos outras línguas ditadas pelos novos tempos. Como o “economês”, por exemplo. Que mais confunde do que esclarece. Mas o povo sabe muito bem o que quer. O povo compreende. O povo pretende. O povo só não tem poder. Enquanto não souber dele fazer uso. Com seu voto. Com o seu pensamento. Com o seu livre arbítrio; que foi dado por Deus.



Não temos PhD. Nem mestrado. Nem especialização em economia, ou seja lá que nome for. Sabemos, apenas, que em economia somos uma variável. Muito provavelmente, ou quase sempre, descartável. Um mero detalhe. Um custo. Uma demanda. Reprimida. Em função de variáveis opressoras.



Nossa importância, que ainda nos mantém vivos, é que somos útil na hora de emprestar validade ao sistema político-eleitoral vigente. Seríamos partes de um álibi? Escolhemos, votamos e elegemos. E ficamos sem representatividade.



Mas isto está mudando. O povo começa a aprender a falar a sua própria linguagem. De tanto ouvir as mentiras, aprendeu a gostar e a reconhecer a verdade. E a verdade é simples e transparente: precisamos participar mais das mudanças. Foi assim nestas eleições. Um bom começo. Tarde, é certo, mas um bom começo.



Melhoramos, de certa forma, a nossa Casa. A Casa do Povo. O Congresso Nacional. Quase todos os cômodos receberam pintura nova. Um ou outro corredor permanece sujo. Mas faz parte do processo. O importante é que estamos avançando.No geral, até que fizemos um bom trabalho. Precisamos participar mais. Traduzir o “economês” para o português popular. O português que se fala nas ruas. O português sem escola. O português inteligível. Melhor dizendo, o portuguÊs que se entende com o “economês”.



Só dessa forma, com conhecimento, poderemos sugerir mudanças, por exemplo, na política econômica. Criar nossa própria cartilha. Com base nos nossos problemas. Procurar nossas próprias soluções. Apostar em nossas potencialidades. Que são muitas. Trocando em miúdos. E falando o “economês” popular: Nosso endividamento deveria ter um limite. De 30% de tudo o que produzimos num ano; que eles chamam de PIB, por exemplo. Mais do que isso seria proibido. Os bancos, quando fazem seus empréstimos às pessoas físicas, costumam levar em conta a sua capacidade de endividamento. E pedem garantias. Não emprestam mais do que o tomador, em tese, teria condições de pagar. Por isso, há que regular os pedidos ao FMI. Precisa de consultas popular e de autorização congressual.



Outro ponto: nenhuma moeda do mundo, depois que acabou a questão do lastro econômico, poderia valer mais do que duas vezes a de outro país. Por mais pobre que este fosse. Isto seria usura cambial. Proibido internacionalmente. Punido com cadeia. Mesmo caso dos juros. Não mais que 12% ao ano.Aliás, como inserto em nossa Constituição Federal.



E tem a questão da rentabilidade. Não pode o capital especulativo, principalmente, ter remuneração superior ao capital produtivo. Vira ciranda financeira. Jogo de azar. E não se produz nada. E todo mundo acaba deixando de lado a sua indústria para entrar no jogo. Que rende mais sem fazer força. Passa-se a apostar na incerteza. No boato. Na fraude contábil. Na mentira. Na corrupção. Na troca de favores. Negociações de bastidores.



.A questão é voltar às origens. Valorizar o trabalho humano. Que dignifica e cria riquezas para serem distribuídas entre todos. Não vale apostar na guerra como solução. Na agressão ambiental como fonte de imediatismo e riqueza fácil. Temos que pensar nos nossos filhos e netos. Cada geração deveria preparar um terreno melhor para a próxima que virá. Adubá-lo com a esperança e a utopia possível. Fazer uso e abusar da ética e da moral. Acreditar em Deus. E esperar com fé.



Essa é a economia que desejamos. Que investe na fraternidade. Na justiça social. No respeito ao meio ambiente e, principalmente, no bem-estar de nossos semelhantes.



P.S. Em homeangem ao nosso novo presidente que, certamente, falará o economês mais parecido com o português.





Domingos. 08-10-2002

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