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Poesias-->Feliz qualquer ano! -- 01/01/2008 - 11:51 (Silvio Guerini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Que o próximo verão...

e que todos o vejam

traga nas tépidas mãos

os verdes que vicejam

nos campos pelo sol ensolarados

lavados por furiosas tempestades

que fazem das terras chãos abençoados

pelas mãos de nossas doces divindades

que prenunciam, então, semeaduras

do próximo outono que vai chegar

e que todos se lambuzem das farturas

da mistura de terra, de sementes e de ar

que dos campos brotam abundantes

como alimentos do corpo e da alma

que feito generosas gestantes

parindo seus frutos com amor e calma

generosamente nos legam doçura

que vai restar na boca como lembrança

quando o céu, então, se transfigura

no próximo inverno que cruel avança

e que todos tenham no peito a chama

que nesse tempo de dura escuridão

seja da alma a voz que reclama

e que no final nos dispa da ilusão

posto que a pele que nos veste

que se arrepia no contato com o frio

é como se fosse um manto celeste

que nos protege dum destino sombrio

e feito criaturas da noite

que fogem atrás dos raios de sol

como um cão que foge do açoite

buscam pelas cores do novo arrebol

que prenuncia na próxima primavera

desavergonhada e enigmática aurora

que no brilho e nas cores exagera

e que todos dela se fartem agora

na mistura de brilhos e tons

de tantos cheiros e perfumes

de jardins sedosos de crepons

que seduzem amantes vaga-lumes

que no auge de suas paixões

fazem amor enfeitiçados

deixando no rastro das afeições

como potes de mel açucarados

o gosto do novo verão

e que todos o vejam outra vez

que traga agora nas mãos

vestidos da mais pura lucidez

o sentido real de tudo isso:

um ano não acaba... nem outro começa

não tem nem mágica... nem feitiço

é só a vida que caminha sem pressa

é a alma que busca lá fora

um tesouro que já carrega por dentro

e quando dum ano se vê nova aurora

olha, então, pro seu peito... no centro

e vê que aquilo que chama de tempo

é dos deuses mero brinquedo

puro ardil... seu passatempo

fazendo de nós... malfeito arremedo

da sua imagem e criação

por isso, um ano não acaba... e outro começa

isso é fruto da nossa imaginação

da vida que corre sem pressa

que busca no tempo que ligeiro passa

um lugar na tão sonhada eternidade

e mesmo que tanto tente... que tudo faça

é dos deuses refém... de sua vontade





29 de dezembro de 2007, 2h50

guerinis@uol.com.br





Poema inspirado na canção “Criaturas da Noite” d’O Terço

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