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Contos-->Um Executivo apaixonado por Carnaval! -- 14/02/2007 - 20:00 (Paulo Marcio Bernardo da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um executivo apaixonado por Carnaval!

Dr. Nelson é um homem sério, nascido no Rio de |Janeiro, casado com Lucimar há mais de quinze anos, pai de duas filhas, Renata já mocinha, com quase 14 anos e Mariana com 10 anos. A família é bem estruturada e tem uma vida confortável. Moram em um bonito condomínio da Zona Oeste da cidade, as crianças estudam em um bom colégio particular além dos estudos de línguas e balet. Sua esposa Lucimar é professora de Educação Física e trabalha em uma conceituada Academia da zona sul.

Atualmente Dr.Nelson é Advogado e Diretor de uma Empresa Imobiliária no Rio de Janeiro onde exerce sua profissão com eficiência e é respeitado pelo seu comportamento profissional. Amigo de seus funcionários, mas austero em suas atitudes ele sempre foi visto como um homem de bom humor e equilibrado nas suas decisões. Entretanto, dita o respeito e é respeitado por todos.

Usa habitualmente terno de cor escura, camisas impecavelmente passadas, mostrando o colarinho sempre engomado. Suas gravatas fazem inveja aos demais diretores; o bom gosto prevalece também nos sapatos sempre bem engraxados e meias que completam o vestir. Seu carro preto, quatro portas está sempre bem lavado e polido, digno do dono cuidadoso e exigente.

Mas o Dr. Nelson esconde uma paixão que não é de conhecimento de seus funcionários.
Certa vez, em uma sexta-feira que antecedeu o Carnaval, ele telefonou para Lucimar quando já passava das dezesseis horas e lhe falou sobre uma Reunião que teria mais tarde. Que ela não o esperasse para o jantar e que ele faria novo contato mais tarde. Lá pelas oito horas da noite, Nelson volta a telefonar para a esposa dizendo que a Reunião havia terminado, mas que infelizmente ele teria que ir até São Paulo, onde a Empresa tinha investimentos e que só retornaria no sábado à noite.

Nelson era confiável, bom marido e bom pai, sendo assim apesar de chateada, Lucimar não tinha do que duvidar. Só perguntou ao marido se ele não precisava de roupas para a viagem e se ele iria de carro ou avião. Ele respondeu que iria de avião e que ele tinha algumas roupas no carro, pois essas viagens costumavam a acontecer com freqüência.

-Tudo certo! Estou liso e solto! Pensou Nelson.

Liberado e autorizado pela esposa, ele pegou no telefone e fez uma nova ligação. Dessa vez foi para Alfredo, um velho amigo das cervejadas de domingo na beira da praia do Leblon.

- Alfredo, já ligou para a rapaziada? Vamos para onde? Todo mundo vai?
As perguntas se repetiam sem Alfredo ter tempo mesmo de responder.

- Tudo certo Nelson, passamos por aí para te apanhar daqui a meia hora. Ok?

Esse era o tempo necessário para Nelson apanhar a calça e sapatos brancos e camisa azul royal, escondidas no porta-malas do carro e trocá-las pelo terno e gravata.

Meia hora mais tarde, Nelson devidamente vestido para a noitada, já pedira um Chopp gelado e um bolinho de bacalhau no bar da esquina do lugar combinado (claro, longe da Empresa).

Não demorou dez minutos, chega Alfredo em seu Porche conversível, junto com Roberto, o conhecido das “bocadas do samba”.

Saem os três e no caminho já encontram Ana Lucia, Claudia e Janaina, três mulatas tipo exportação. O som tocava os sambas enredo das Escolas do Primeiro Grupo e as mulheres já se penduravam em seus pescoços.

Dali o caminho era rápido até o ensaio da Portela. Os seis (Nelson, Alfredo, Roberto e as três mulatas) eram os donos da noite. Entre chopps e algumas caipi-vodkas o samba rolava.”Todos tomaram todas”!

Noite inteira eles se divertiram e na manha seguinte, nada melhor do que uma praia para curar a ressaca e tirar os “macaqunhos”. Logicamente não podiam ir ao Leblon onde eram conhecidos e nem “dar bobeira” pelas praias do Rio. Então, uma esticada até Saquarema era o ideal para o momento. E lá foram eles em busca do “quero mais”! Como almoço, uma gostosa peixada capixaba num restaurante de estrada e depois Três cabanas para descansar. Afinal, ninguém é de ferro!

O sábado passou tão rápido que ninguém sentiu necessidade de mudar o programa.

Entre peixadas, cabanas e biritas, só se deram conta que o domingo já havia chegado quando Ana Lucia, Claudia e Janaina comentaram que era hora de apanhar as fantasias para o desfile na Marquês de Sapucaí. Voltam de Saquarema, já dormidos, descansados e alegres, apanham as fantasias já prontas e todos vão para a Avenida.

O Dr. Nelson, agora chamado de Nelsinho por Janaína, havia recomendado que a sua fantasia fosse discreta e com um chapéu que lhe mantivesse no anonimato. Tudo foi feito de acordo como pedira. Desfilaram como veteranos! Tudo correu como foi planejado.

Fim de desfile, mas ainda com gosto de festa, Nelson em um momento de lucidez lembra da família e do telefonema que não fez no sábado para a mulher. Mas já era segunda-feira e como a “farra” era das melhores pensou: Não telefonei e não cheguei no sábado, agora vou até... “quarta-feira”. E assim, ele e seus cúmplices fizeram.

Mais bebida, mais comida, mais fantasia para o desfile de segunda-feira e aquela despedida na terça. Samba, comida, bebida e motel. Nenhuma combinação melhor para o executivo que se mostrava eficiente e austero.

Chega a quarta-feira! O Nelsinho acorda cedo, meio amargo com a bebida que bebera nos dias anteriores. Pede a Alfredo que lhe deixe próximo a Empresa e ainda com a calça branca agora suja e camisa azul para fora das calças, entra na garagem onde está guardado o seu carro preto, abre a mala e coloca a sua fantasia de todos os dias. O porteiro vê, mas leva um “cala-boca de onça” (nota de R$ 50,00) para ficar calado, e Dr. Nelson chega antes de todos na Empresa.

Raciocina como executivo, pega o telefone e liga para a esposa.
Quando ela atende o telefone desesperada porque o marido não aparecera e nem telefonara Nelson se apressa em falar:

-Lucimar, minha filha, se alguém ligou ou te ligar pedindo resgate pelo sequestro não fique mais nervosa. Fui raptado quando estava chegando ao Hotel em São Paulo, mas felizmente consegui fugir hoje do cativeiro e estou bem. Não me machucaram, apenas me roubaram o dinheiro que eu levava comigo. Hoje não vou trabalhar, estou abalado com tudo que aconteceu, mas isso passa.

E chegando em casa, com a maior “cara de pau”, Nelson sai do carro e é recebido pela mulher com alegria, beijos e abraços!!!

FIM!

***Essa é a vida de um verdadeiro carioca, que antes de ser advogado e executivo, eficiente e austero, consegue burlar as regras de um ano inteiro de trabalho e vida familiar para viver “Uma paixão pelo Carnaval”!

Lucimar também mentiu: Ela conseguiu identificar na televisão o marido folião, mas também como “mulher carioca esperta” deixou tudo como estava, afinal, o maridão estava de volta!
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