Usina de Letras
Usina de Letras
153 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62266 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10379)

Erótico (13571)

Frases (50656)

Humor (20039)

Infantil (5450)

Infanto Juvenil (4776)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6203)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O Papagaio -- 26/01/2007 - 11:29 (Odilon Fehlauer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Certa manhã Rufino, o caseiro, nos avisou de que havia um papagaio no terreno, parecia estar perdido. Era robusto e bem cuidado, todavia voava pouco. Uma característica típica desta ave, apesar de ser a que mais fala, é a que menos voa. Intercalava-se pousando sobre muros e cercas. Decidimos cuidar dele, supondo-o estar sem rumo e a possibilidade de seus donos surgirem.

Com muito jeito, o caseiro aproximou-se evitando espantá-lo. Conduzindo um saco de tecido, Rufino rapidamente o encobriu levando-o para o interior da casa.

A ave foi retirada de dentro do saco e demos migalhas de pão embebidas no leite, ele demonstrou estar com fome e fartou-se.

Locomoveu-se desengonçado sobre a mesa, arrulando como se quisesse pronunciar algo. Chamamos o papagaio dizendo: “Rico fale alguma coisa” – ele não reagiu.

Insistimos e finalmente respondeu:

- Buenos dia, que passa?

Suas palavras nos fizeram atinar, ele não era brasileiro, falava em espanhol. Surgiam duas alternativas: ou tentarmos a comunicação em castelhano, ou ensiná-lo a falar o português até que fosse encontrado seu proprietário. Resultou que está conosco e aclimatando-se com facilidade.

O fato é que estávamos abrigando um estrangeiro ilegal, sem identidade ou passaporte. Foi construída uma casinhola com vista para o mar, onde passava os dias. Num destes dias, surpreendeu-nos ao assoviar um tango desde o início ao final. Parecia ser sua canção preferida, pois repetia com freqüência. Rufino passou a treinar palavras em castelhano para consolidar a amizade com Pablito, nome que optamos dar-lhe.

A amizade entre o caseiro e Pablito estreitou-se e surgiu um dueto. Ambos assoviavam tangos.
Um dia destes, sob a porta da casa encontramos um bilhete escrito em “portunhol” no qual alguém com o nome de Juan comunicava o sumiço de um papagaio. Assinou e colocou um número de telefone. Como temos cães de estimação, sabemos o significado de perdê-los, então decidimos telefonar para Juan, cuja felicidade estampou ao saber de seu papagaio e não tardou para surgir. Não necessitamos comprovar ser dele, pois ao vê-lo Pablito voou pousando em seu ombro.

Rufino se apegara à ave e demonstrou a tristeza por perder o parceiro, sequer assistiu a devolução. Tomamos uma decisão, adquirimos outro papagaio filhote, que ele está criando todo animado. Um belo dia surpreendeu-nos ao perguntar em sua ingenuidade:

- É possível acasalar com Pablito, já que o filhote é uma fêmea,

Explicamos ser impossível, pois era apenas um filhote. Conformado ele passa horas tentando fazer sua ave a quem batizou de Chiquita, falar. Ela inicia a dizer vogais “ru-fa” para orgulho do caseiro, que de Chiquita se ufana.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui