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Artigos-->MECENAS, UAI! -- 26/10/2002 - 23:23 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MECENAS, UAI!

Ou

ROUBANDO A CENA DOS PALHAÇOS

-Coelho De Moraes-



Segundo o Aurélio o Mecenas é o patrocinador generoso, protetor das letras, ciências e artes, ou dos artistas e sábios. Não de alguns, mas de todos. Em geral o Mecenas é uma pessoa que se sensibiliza com essas atividades, ou seja, tem um pouco da alma do artista dentro de si. Mecenas não é, portanto, a pessoa que corre atrás de recursos – e é pago para isso - mas, sim, quem dá o recurso – espontaneamente - ratificando a afirmativa acima.

O MECENAS etrusco tinha conhecimento de que ampliando as razões e a sabedoria de sua comunidade, certamente aumentaria a cultura de seu povo e o bem estar geral.

Vi em um jornal local, um dia, uma figura estampada em meia página. que mostrava “mecenas”. Parecia uma propaganda feita à pedido. Estranhei o fato de que o jornal liberasse tanto espaço para uma propaganda encomendada. No entanto lá estava “mecenas” devidamente elogiado por seu escriba de bolso e conveniência.

Mas em Arezzo, descendente dos Cilnii, família de príncipes, encontramos um cavaleiro Romano, advindo da Etrúria. Era MECENAS. Ele aparece em 40 antes de Cristo entre os familiares do jovem Otávio. Realiza, para este, diversas missões diplomáticas junto a Marco Antônio, o Triúnviro (a Paz de Brindisi, entrevista de Atenas em 38 e acordos de Tarento em 37 e coisas tais). Esse era MECENAS.

O “mecenas do jornal” arrota figuras de linguagem mas não tem o equilíbrio adequado para o cargo, ou seja, aquilo que a Noblesse Oblige. Esse mesmo “mecenas da folha impressa” fala de arte popular e atividades ligadas ao povo e no entanto manda pagar R$ 20,00 para uma peça... popular(sic!). Parece que o falar é uma coisa diferente do praticar. Na teoria a prática será outra?

Já o MECENAS etrusco foi encarregado, em 37, na ausência de Otávio, de administrar Roma, de tão capaz que era. E olha que Roma era a rainha da massas e pastas – de excelente finno gusto uno tortellini a la Romana - MECENAS gostava de viver cercado de poetas, e dos maiores. MECENAS não aceitava poetas menores. A seu lado se via Virgílio, Horácio, Quintilius Varus, entre outros. Exerceu através deles uma profunda influência sobre o pensamento Romano.

O último episódio conhecido foi do caso de um “mecenas de candeeiro” que, tendo de ido a um banco conhecido, destratou uma pessoa que furava a fila, aos berros e tremeliques, nem percebendo que tal pessoa tinha deficiência para andar e tinha assegurado seu direito de fila própria. E olha que a tal pessoa só ia pedir informação à balconista. Não contente só com isso, esse mesmo “mecenas de ocasião” obrigado a receber cidadãos do povo, da comunidade, tendo que manter um excelente trato com o público, em seu próprio escritório, destratou tais pessoas com palavras de baixo calão e uma falta de educação que espantou os serviçais que por ali trabalhavam. Palavrões e outras coisas irrepetíveis numa coluna proba como essa.

O MECENAS da Etrúria, casado com Terência, diga-se, um casamento pouco feliz, era poeta por excelência, de gosto requintado que chegava à extravagâncias. Nunca se rebaixaria a gritos e impropérios em público, pois consta que agentes culturais e defensores das artes tenham um mínimo de panache (um certo brio carismático, um orgulho por capacidade) e um savoir faire (um certo saber fazer), inquestionáveis.

No entanto há MECENAS e mecenas.

Para o “mecenas da foto”, falta somente um nariz de bolota vermelha, para se demonstrar claramente que pretende ocupar o nosso lugar, sem ter que ir ao picadeiro. O nosso lugar de clown... de artistas... de palhaços... esse lugar é um lugar sagrado.

Boa semana.







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