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Contos-->Cela de Aula - parte II -- 25/01/2007 - 22:28 (Valter Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O ódio o cegava e o cortava por dentro tal qual uma lâmina rasgando a carne. A própria razão despedaçara-se e uma dor lancinante ardia-lhe na alma. Saiu trôpego pela rua lançando uivos de dor que chocavam a todos que o viam. O facão que trazia em sua mão direita reluzia toda fúria daquele homem que tivera violentada sua prole. Embriagado, Júlio, ao vê-lo, teve dificuldades, ou fingiu tê-las, em entender o que estava acontecendo. A rua toda já soubera do mal causado por Júlio, porém poucas pessoas davam crédito àquele homem que fazia da bebida sua companheira mais fiel. Severino desferiu um golpe certeiro no pescoço de Júlio. No mesmo instante o rebenque que Júlio exibia aos presentes no bar tombou ao lado de seu corpo cambaleante e envolto em sangue. Transtornado Severino foi protagonista de uma cena horrenda. Golpeou tantas vezes quanto pode aquele corpo já inerte. Quando faltaram-lhe forças arrastou Jùlio para o meio da rua, em frente ao bar, pulou o balcão, pegou um vidro de álcool, encharcou todo o corpo de Jùlio e ateou-lhe fogo. Gritos desesperados dos espectadores eram ouvidos ao longe, porém todos corroboram tacitamente com a atitude de Severino, que tentava limpar a honra de suas filhas manchada por seu amigo de tantos anos. Enquanto as chamas crepitavam naquele pedaço de carne Severino, ajoelhado, olhava para o céu como que buscando uma explicação. Não emitia um som, não dizia uma palavra. Os presentes também ja haviam se calado. As pessoas aglomeravam-se ao redor daquela fumaça preta que subia cortando o céu. O cheiro de carne queimada fazia muitos taparem o nariz. Já haviam se passado cerca de vinte minutos quando ouviu-se muito longe o som de uma sirene de uma viatura de polícia. Como que ensaiado todos olharam em direção a Severino. Este permaneceu imóvel, ajoelhado olhando em direção ao céu até que a viatura chegou ao local. Um dos policiais foi abrindo passagem por entre os curiosos. Quando chegou até Severino este estava com as mãos para trás e a cabeça baixa. Sem dizer uma palavra o policial o algemou e o encaminhou até a viatura. A chuva que começava a cair foi aos poucos apagando aquelas chamas que definiriam o destino da família de Severino.
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