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Artigos-->QUANDO O ARTISTA MORRE... -- 26/10/2002 - 23:19 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUANDO O ARTISTA MORRE...

-Coelho De Moraes-



É triste quando o artista morre. Mais triste quando o é por omissão, ou quando o artista morre longe de casa. Pior, quando o artista morre ser ter a oportunidade de desenvolver plenamente sua arte.

Assim ocorreu a Laudinei Marcolino.

Artista de Mococa – nesse caso, humilde – criava obras em Mococa. Sem entrar no mérito da qualidade ou do método, Laudinei – conhecido como LAU - tinha todo o direito de bem estar para desenvolver o seu trabalho. Mas, sem qualquer tipo de apoio, a não ser o de poucos amigos, o LAU partia para o trabalho de pintor de paredes, ao mesmo tempo que era atleta pela sua cidade, ao mesmo tempo que foi matar larvas de dengue, ou seja... pouco de seu tempo para estudar, tornar-se cada vez mais especializado em seu ofício, e buscar a melhor forma de sua arte.

Num desses momentos de busca da fama e do reconhecimento nas lonjuras da Europa – como se um sonho fora – LAU e outros profissionais de empreita partiram para Portugal, todos levados daqui por uma dessas espertas empresas coletoras de empregados de baixo custo. LAU partiu no sonho de ganhar um mundo amplo de artes e com o sonho de poder falar que trabalhou no exterior. Sonho mesmo.

LAU caiu de um andaime e morreu.

Morreu inutilmente pois enquanto lá ele morria, uma Lei de Incentivo Cultural dormia na gaveta do prefeito. LAU morreu em 2002. A LEI existe desde 1997, sancionada pelo mesmo prefeito que, então, era vereador: até parece piada. Parece que naquele 97 a Lei de Incentivo Cultural tinha valor. Hoje, parece, não vale mais nada. O instrumento que ajudaria o artista Laudinei Marcolino a se manter estudando e aprimorando o seu que-fazer – aqui mesmo no Brasil, junto aos seus - estava congelada, impedida, parada no ar, esperando a boa vontade da autoridade.

Leis precisam da boa vontade da autoridade?

Essa coisa de boa vontade é o mesmo que vontade política?

A autoridade funciona por boa vontade ou por que a Lei deve ser pura e simplesmente aplicada?

O fato é que o artista LAU morreu em vão, longe de amigos, longe da família, tendo que executar um trabalho que não era o seu, em um país estranho, pois o seu país e a sua cidade não permitiram que ele crescesse. Omissão das autoridades.

Conclamamos os artistas de Mococa a se precaverem e assumirem que devem lutar pela Lei de Incentivo Cultural. Devem deixar a covardia de lado e devem tomar uma posição. Os artistas juntos pela Lei que irá favorecer o incremento do profissionalismo.

Queremos, para dar materialidade a essas luta, que se estabeleça uma SEMANA Laudinei Marcolino. Quem sabe(?) um DIA Laudinei Marcolino, que tomando o exemplo de gente como Zé Coimbra, é artista popular que sempre esteve à margem da sabedoria tacanha da cidade. Que passe pela Câmara de Vereadores o estudo de um projeto que comece, a partir de agora, a valorizar e relembrar o artista popular. O artista que não só tem raízes, como também caule na cidade de Mococa.

Quem quiser que ore para que as autoridade competente estabeleça definitivamente o uso da Lei de Incentivo Cultural em nossa cidade. Eu, por mim, deixo claro que a Lei, assim estabelecida, tornará a autoridade competente. Mesmo que ela não queira.

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