Era uma noite sem lua, uma noite húmida entrecortada por aguaceiros e no entanto, dormia. No entanto ela respirava pesadamente pois sonhos profundos a atormentavam. Seriam sonhos? Talvez não pois ela estava profundamente a dormir e nesse estado não há sonhos não há nada.
Ou haveria?
O vento forte impulsionou-se contra a janela e fê-la bater com um estrondo. Ela acorda sobressaltada e de imediato um relâmpago rasga o céu, enchendo o quarto de sombras ameaçadoras e intrusas. Ela agarra com as duas mãos o lençol e escuda-se por detrás dele. Nos seus cabelos curtos notam-se algumas gotas de transpiração.
-Que susto – diz ela.
-Que dia para ficar em casa sozinha.
Mas sempre morou sozinha, sempre gostou de ser independente. Depender de alguém sempre lhe pareceu idiota e sem sentido, mas, neste preciso momento esquece todos os motivos que costuma gabar aos amigos e sente-se a criatura mais solitária no universo.
A tempestade amaina.
Com um suspiro ela deixa-se cair na cama.
Não usa roupa interior, e, o suor no corpo faz com que o lençol de seda se cole à pele. Não tem a energia dos 20 anos mas também não tem a sensatez dos 30. Muitos a achariam bonita mas sempre se guardou para alguém especial. Um Príncipe encantado. O mundo é-lhe tão estranho e frio.
Ela enrosca-se na almofada e deixa-se lentamente adormecer, sem perceber, com a ajuda da estranha quietude que invade o seu redor. Ela agora dormia.
Dormia e sonhava.
Não conseguia perceber o sonho mas sentia as sensações que começavam a assolar-lhe o corpo. Era como se mãos invisíveis a acariciassem, beijassem, massajassem... a seduzissem. O lençol desceu lentamente pela cama sem ela o perceber mas o seu sangue começava a ferver.
A respiração começou a se ofegante…
Sentiu algo quente por cima dela. Não era desagradável, pelo contrário, era uma sensação...boa. Os seus mamilos começavam a eriçarem-se de excitação e sentiu algo de húmido entre as pernas. Algo pegou num seio dela enquanto um língua molhada a lambeu no pescoço, a trincou.
Ela gemeu.
Ela abriu a boca para mais um gemido e sentiu-se penetrada nos lábios por uma língua quente e húmida, sôfrega. Não percebia o sabor mas ele a excitava, excitava-a muito. Enquanto isso ela começava a contorcer-se na cama pois as caricias começavam a ser deliciosamente insuportáveis. Os seus seios estavam hirtos e martelados de beijos, mordidelas e caricias e algo a começava a estimular. As suas pernas abriam-se lentamente enquanto as suas nádegas era afastadas ligeiramente ,dedos invisíveis a estimulavam no seu monte de prazer. Ela gemia de ânsia, chegava a dar pequenos gritos. Então ela sentiu-o. Algo grande, quente e viscoso tentava forçar a entrada na sua porta fechada. Na porta que só iria entrar o seu Príncipe Encantado. Um pensamento breve de pânico passou por ela mas num instante ela tinha sido penetrada e soltou um grito.
De dor, de surpresa... de prazer.
Era quente e tão suave e começava num lento vaivém, o que a estava a por em doida e ela agora só gritava.
Sentia-se assolada de sensações, dos seus mamilos que começavam a ficar doridos e o calor enorme que sentia vir das suas entranhas e que a faziam gritar, urrar e exclamar incitamentos:
-Mais rápido! Mais fundooo!! Simmmm!!
O ritmo aumentava e ela debatia-se cada vez mais sem notar que começa a levitar lentamente da cama e enquanto ela pairava a meia altura do quarto, o seu sorriso e olhos fechados indicavam o prazer que ela gozava enquanto aquele ser a penetrava e torturava de prazer. Cada investida sabia a mais. Sentiu chegar o clímax cada vez mais rápido. Ela tentou falar, dizer-lhe que não! Mais devagar! Mas era tarde demais pois numa ultima investida sentiu o orgasmo enquanto ele a preenchia e gritava de prazer. Um grito inumano e surreal.
Ela desmaiou.
Lentamente o corpo dela desceu à cama enquanto o lençol como se animado de vida a enroscava como se a protegesse. Os primeiros raios de sol despontavam no horizonte e a presença desvaneceu-se.
Acordou meio surpresa, meio dorida. Estava suada, os lençóis emaranhados no seu corpo outrora menina, agora mulher. Cheirava a... não podia ser enquanto corava ela afastou esse pensamento.