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Contos-->SORTE FORÇADA -- 16/02/2001 - 18:32 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sorte forçada

Autor: Daniel Fiuza
16/02/2001


Abílio havia comprado seu primeiro carro, um civic usado, mas em perfeito estado de conservação. Somente uns dois anos de diferença do zero. Assim que terminasse de pagar, sua idéia era pegar um zerinho. Abílio não cabia em si de felicidade, só esqueceu uma coisinha, fazer o seguro do carro, ele imaginava que seu carro jamais seria roubado, ele teria todo cuidado e economizaria o valor do seguro, para ajuda a pagar as prestações. Abílio morava na freguesia do ó, e sua namorada residia em santo amaro, eram extremos da cidade de São Paulo. Aquele era o primeiro fim de semana que ele iria ver a namorada, motorizado. Chegando lá estacionou em frente a casa dela, entrou e foi logo chamando a namorada para ver o carrão que havia comprado. Foi uma questão de minutos, só o tempo de entrar e sair, o carro sumiu, escafedeu-se, Abílio não acreditou, sua namorada até pensou tratar-se de uma brincadeira, só quando ele mostrou-lhe os documentos, é que ela acreditou ser verdade. Na semana seguinte o rapaz era só tristeza, nem foi trabalhar de tanta fossa, afinal ele teria que pagar doze prestações de quatrocentos e vinte reais, um ano de sofrimento, e sem o bem que adquirira. Na sexta feira tocou o telefone na casa de Abílio, o próprio atendeu, do outro lado uma pessoa sem se identificar, falou: - O Sr. é proprietário de um civic cor prata? Que foi roubado recentemente, cuja placa é: zzz- 2341? – Sou eu sim, porque? respondeu o perplexo Abílio. - Bem Dr. aqui é um amigo, infelizmente não posso me identificar, só quero ajudar, pois sei que é um trabalhador igual a mim. - Seu carro Dr. Ele ta no Paraguai, na cidade Del Este, na rua, Simon Bolívar, em frente o numero 132, já deve fazer dias que está por lá, pois estar bastante empoeirado, caso você queira recupera-lo, é só ir lá e traze-lo de volta. Mas vá logo, se passar muito tempo o departamento de transito da cidade pode reboca-lo. Abílio agradeceu ao desconhecido e desligou, mas ficou inculcado, - Seria verdade, ou é uma tremenda brincadeira de mau gosto? Pensou Abílio na dúvida. Como não tinha nada a perder, alem do que já havia perdido, ele resolveu tirar isso a limpo, chamou um amigo e comprou duas passagens para Foz do Iguaçu. Saíram numa sexta à noite e no sábado pela manhã já estavam em foz, logo que chegaram, imediatamente tomaram um táxi para cidade Del Este, e pediram ao taxista que os deixassem na rua Simon Bolívar, 132, o endereço foi fácil de achar. O coração, de Abílio batia a mil por hora, como o rapaz do telefonema havia dito, o carro estava lá, todo empoeirado, mas intacto, sem um arranhão. Abílio dispensou o táxi, esperou ele sumir, abriu seu carro, entrou, e deu partida, ficou surpreso, pois até gasolina tinha no tanque, pelo menos o suficiente para chegar na foz. Abílio só suspirou aliviado quando tranqüilamente cruzou a fronteira, estava no Brasil, e com seu lindo carrinho... A viagem de volta foi tranqüila, mais uma vez a felicidade bateu a porta de Abílio, ele era só sorriso e satisfação. Abílio tinha tomado uma decisão, logo na segunda feira, iria fazer o seguro, teria uma despesa maior, mas em compensação teria garantias sobre roubos e batidas. Ele não via a hora de chegar em casa e tomar um banho, relaxar, e contar para todo mundo a tremenda sorte de recuperar um carro roubado e levado para o Paraguai. Quase chegando em casa, ele pararam num farol vermelho, de repente dois rapazes numa moto, encostaram-se ao carro, e com revolveres apontados para eles anunciaram o assalto. Falaram para eles descerem, e um dos motoqueiros assumiu o volante, e sumiram com o civic do Abílio. O rapaz até chorou, não era possível uma coisa daquela, ele ir ao Paraguai, recuperar o carro para ser roubado outra vez. Abílio estava à base de calmante, não só por ter perdido o carro novamente, mas também pela aflição do assalto, as armas apontadas para sua cabeça e a periclitação da sua vida, tudo isso lhe dava um estado deplorável. Mas... O destino novamente pregou uma peça em Abílio. O telefone novamente tocou... Abílio atendeu – Alo, quem fala? – Aqui é seu amigo anônimo, teu carro foi roubado outra vez, não foi? – Disse o desconhecido. - Sim foi, quero até agradecer sua dica, mas foi em vão, logo que cheguei, me levaram o carro novamente! – Sei onde seu carro está! Disse o rapaz sem nome. – Sabe? Onde ele está? Perguntou Abílio, agora lhe dando toda credibilidade. - Seu carro está estacionado, na Av. Macarthur, 1567, em Osasco; Disse o convicto rapaz, e desligou em seguida. Abílio cheio de esperança, outra vez convocou o velho amigo, e rápido foram no endereço indicado. Surpresos os rapazes ficaram, ao verem novamente o civic de Abílio, no local exato onde o rapaz do telefonema havia falado. Mas desta vez, ao abrir o carro ele teve uma grande decepção. Todas as guarnições do carro estavam arrancadas, os bancos todos rasgados, mesmo assim Abílio ficou feliz, por ter o carro roubado duas vezes, e recuperado duas vezes, realmente era muita sorte. Mas a maior surpresa ainda estava para vir. Ao mexer no porta luva, Abílio achou um envelope contendo cinco mil reais e um bilhete, que dizia o seguinte: - Amigo, aí tem esses cinco mil reais, acho que é o suficiente para pagar os consertos das guarnições e dos bancos, essa grana não é nenhuma obra de caridade, é apenas o pagamento pelo seu trabalho de trazer uma mercadoria para mim, lá do Paraguai.


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