Lembranças de Itaubal
Ah!, eu me lembro sim
Como era aqui
Na Cidade de Itaubal
Havia caminhos estreitos
Que percorrido direito
Levavam ao rio.
Lá as canoas bailavam
E no anhingal
Se chocavam
Pelo saltar dos peixes.
E esses eram fartura
Que parecia a água dura
De tanto que existia.
Era só, acordar numa boa
Entrar na canoa
E pescar satisfeito.
E na volta pra casa
O rio nos conduzia
Com lentas maresias
Que ao longe se formavam.
Pra todo canto alegria
Aves em sinfonia
É , isso não faltava.
Era o pato, o reco-reco
Garça, socó e marreco
Que nos serviam de alimento.
E se avistasse fumaça
Não temia, era caça
Que o vento bom,
Assim, de graça
O cheiro me trazia.
Assim me lembro
E foi um dia,
Minha terra, Itaubal.
Hoje porém,
Isso é só um sonho
Pois o homem tudo consome
Simplesmente por vaidade
E o povo passando fome,
É uma triste realidade.
Não há mais peixe no rio.
Não existe caça no mato
Perecer é meu destino
E agora, o que eu faço?!
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