- Como que vai?
- Mais ou menos, você tá tomtaço!
- Você tem uma pratinha?
- Acho que tenho, deixa eu olhar.
- Você sabe que não é prá tomar leite!
- Sei, é uma “íntera”.
- Porque você não vai pra casa?
- Não respondeu nada, houve um silêncio que eu não consegui sentir.
- Vai tomar um banho, fazer a barba ou menos ficar “limpo”!
- Ele mudou de assunto.
- Você jogou bola comigo!
- Joguei, faz muito tempo...
- Tempo bom!
- Muito bom!
- Todo mundo era igual.
- Era!
- E eu virei alcoólatra.
- Virou.
- Você não bebe não?
- Não, não é a minha passo mal.
- Eu já li um livro seu.
- Onde você leu?
- Acho que foi numa festa.
- Que festa?
- Numa festa doida, muita piração, golo demais!
- E o pessoal gostou?
- Nem sei, mas acho que gostaram.
- Como é que isso “acho que gostaram”?
- Eles começaram a rir.
- Do livro?
- Não sei, eu falei que te conhecia e eles ficaram rindo.
- E me conhece mesmo, o que tem me conhecer?
- Tem uns lá que te conhece.
- Estudaram comigo ou fizeram “tiro de guerra”.
- É isso mesmo eles contam casos de vocês e morrem de rir.
- Fala que eu mandei um abraço.
- Eles vão gostar.
- Então o que você achou do livro, gostou?
- Eu não li.
- Mas, você me disse que leu.
- Parabéns pelo livro.
- Obrigado.
- Aí chegado! Valeu!
Autor: Marco Túlio de Souza
Todos os direitos reservado ao autor.
