- E aí?
- Legal!
- Escrevendo muito?
- Não.
- Eu to.
- Que bom!
- Escrevo um caderno por dia.
- Isso é piração.
- Nê nada.
- Claro que é!
- Não, agora eu estou meio parado de escrever.
- Por quê?
- Eu fui muito fundo.
- Que fundo?
- Depois que eu descobri o negócio do "Santo Grau" na torre da igreja.
- Que Santo grau na torre da igreja?
- Eu tive uma visão?
- Que você é doido.
- Não, todo mundo é doido.
- Essas “bolas” que esse médico te deu são boas.
- Comprei uma caixa d’água nova, quer ir ver?
- Claro!
- Tem mais espaço.
- Essa é muito melhor.
- Olha para você ver o tanto de peixe pequeno.
- É tem muito alevino.
- Eu gosto é das plantas.
- Ta tudo bonito; a água ta bonita, as plantas estão verdinhas, o reflexo do sol ta legal.
- Você vai aonde?
- À rua.
- Você compra um peixe japonês pra mim?
- Claro! Qual você quer?
- Uma fêmea.
- Uma fêmea! - Como que vou saber se é fêmea ou macho?
- É uma grande que ta na loja.
- Então ta, eu vou lá comprar.
- Depois você volta.
- Quando comprar eu volto.
- Um abraço!
- Outro!
- Depois você traz um livro pra eu ler.
- Trago sim, sabe o que eu vou trazer para você?
- Não.
- Mônica e Cebolinha.
Autor: Marco Túlio de Souza
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