ADMIRAÇÃO
Francisco Miguel de Moura*
Deus te deu luz e verbo tão potentes
Que até nos fazem crer na infinitude.
A pureza que espelhas na impureza,
Marca indelével peso desprezado.
Que mundo de cruéis e de ridículos!
Maltrata a criação e seus criadores,
E aplaude o ser criado, com louvores
Da bocarra que se abre como palmas
De mãos que se ignoram. Que ciladas!
Esses te sugam gotas, cada gota
Do sangue que embriaga porque alado.
Ninguém não vejo igual à tua santa,
Viva emoção que, compulsiva, pega e
Toma os céus, e os deuses e o diabo.
Nos versos que conjugam universos.
Teus poemas vêm completos. Ficarão
Enquanto tempo houver para guardá-los.
Ah, como é bom o riso que nos fere
Por ser poeta e amar o que é tão nobre,
Para abarcar felizes e afogados!
Poemas que iluminam passos aos profetas,
Que buscam sem cessar, perdidos por achados.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina,e-mail:franciscomigueldemoura@superig.com.br
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