Gosto de imaginar
As infinitas possibilidades
Que se abrigam
No espaço de tamanha beleza.
Gosto de atravessar
Este verde tímido
Que se desencontra
Na invasão do meu olhar.
Gosto de sentir seu desconserto
E seu instante de altivez
Quando me suponho
Seu servo - caçador, talvez -.
Serão apenas traços e relevos:
Sombras, luzes , imaginação e desejos
Todo o universo dentro
De um corpo em movimento?
Será isso o que vejo?
Será apenas a mim que esta chama queima?
Meus olhos devoram seus olhos,
Lábios , seios, ventre ...Não oculto o instinto
Que me evade e penetra seu sexo
Escorrendo por entre suas coxas,
Consumindo-se num suor cálido
E num pulsar infrene e voraz.
Seus olhos se cobrem
De uma fuga que não mais
Seu corpo deseja.
Toco seu dorso- num resvalar desatento-
E ele treme,
Como uma resposta
Que não comporta sua intensidade.;
Que não vê mais o silêncio
Como reciprocidade.
Enfim
Sua ânsia se entrega
E se derrama ,em mim, num mar verde:
Ilícito sob olhos alheios.;
Sagrado, enquanto real desejo.
II
Olho pela janela em movimento.
A sinceridade do mundo está estática
E toda verdade parece caber
Num pequeno verso :
Carpe Diem.