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Poesias-->Loucura que me cura -- 07/11/2007 - 00:02 (Silvio Guerini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Não quero mais a veste de aparência

desses amores comportados

que só enchem o coração de carência

e no cerne de dois seres apaixonados

em suas almas... na sua essência

morrem como dois entes acomodados



Não quero mais a tola pretensão

desses amores analgésicos

que parecem que moram no coração

mas como sentimentos sinestésicos

não passam da mais pura ilusão

sendo das almas... cruéis anestésicos



Não quero mais a falsa segurança

desses amores burocráticos

que deixam no peito só a lembrança

de sentimentos quase apáticos

como quem chama alguém pra dança

mas fica com os pés estáticos



Não quero mais a traiçoeira impressão

desses amores amordaçados

que gritam sofridos pela paixão

como se fossem sentimentos velados

desgastados por não levantarem do chão

por não serem o que são... seres alados



Não me importo, contudo, pela palpitação

desses amores desgovernados

que vazam pelos poros na transpiração

escorrendo entre os dedos adocicados

pelo mel que alimenta a paixão

pelo sal que os faz purificados



Não me importo pela inocente brincadeira

desses amores irreverentes

que fazem nas camas lambuzeira

embriagando os amantes de aguardentes

como se destiladas de uma roseira

plantadas nos corações desde sementes



Não me importo pelo frio que dá na espinha

por esses amores arrepiados

que a bússola dos amantes desalinha

deixando seus mundos revirados

pois nas peles o prazer lhes acarinha

e os corações lhes entrelaçam enamorados



Não me importo com a inevitável incerteza

dos amores nascidos de loucas juras

que emprestam dos sonhos a sua beleza

injetam nas vidas doces loucuras

e no âmago da sua pureza

dos corações apaixonados são as suas curas





Silvio Guerini

23 de agosto de 2007, 18h05

guerinis@uol.com.br

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