Vergonha...
Me envergonho da vergonha
De mostrar, assim, meu pranto.
Expor despudorado o sentimento.
Coragem, precisei crescer, para ter.
É tão mais fácil trancar o coração,
Jogar fora a chave que liberta.
Que destrava toda a emoção.
E seguir ocupado só vivendo.
Todo esse tempo calada a poesia,
Fechava feridas que sangravam.
Para ainda que parcialmente sanar,
A dor para expressar o interno.
Tenho como todos um lado doente,
Mas que por sorte se ampara no sadio.
Minha melhor parte é a que vislumbra,
Essência na flor, no abraço e no sorriso.
Márcio Filgueiras de Amorim
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