VINTE ANOS SE PASSARAM
QUANDO conheci você, mulher
havia um clamor na rua:
a que se deve a estética
copiada desse universo
de corpo e alma inconsúteis
tal que se congele o tempo?
ONDE nós dois vis-a-vis
trocamos regras, acordos
vertemos frases, ideogramas
palavras, motes e loas
e os reservamos de véspera
que nem um inédito drinque?
COMO se medem as horas,
as mágoas, os desatinos
bons e maus ventos passantes
beijos, carícias sensuais
vagas e lentas paisagens
praias incertas plurais?
PORQUE somos hoje isso
e aquilo que fomos, somos
amantes, pai/mãe cautelosos
pelo destino da filha
que tão simples nos assiste
maturando mais ainda.
WALTER DA SILVA
Nova Lima, MG, 03. 11.2007
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