DESEJO SEM TEMPO
Arrumo minha pressa e estico meus minutos
Clareando o pensamento para driblar os obstáculos.
Deixo de esperar, incorporo o meu alerta
e empurrando com os pés, os pedais;
acelero o carro o quanto, entre outros,
necessito ultrapassar...
São manhãs de mente tensa,
de pensar nos bastidores, nos sinais,
- intervalos de semáforos e freios-
de desejos a aguardar, de lampejos;
costurando um subconsciente a sustentar...
e estes cheiros de motores a enjoar...
Como açoite tem as horas, o relógio digital.
As reuniões escaldantes como banhos de encenar
-as posturas, os perfis, as suspeitas e os enredos
como feras na escotilha sem perdões ou fraquezas.
Quero o drible e a preguiça: o desejo de transar;
as enormes bocas tuas- e teus olhos. Nada mais.
(ao Uósh) |