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cronicas-->Crónica de Natal -- 07/09/2004 - 21:56 (Cleuseni de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Crónica de Natal

Os olhinhos do pequeno Raul brilhavam curiosos, enquanto suas mãozinhas entrelaçadas apertavam uma a outra como se esperasse algo muito especial acontecer.
No pátio daquela casinha onde foi deixado depois da morte de seus pais, crianças, um pouco maiores que ele, representam um conto de Natal. Um conto que falava de um aniversariante especial e, entre falas e declamações emocionantes, os pequenos artistas cantarolavam lindas canções de Natal.
- Madre, madre - chamava Raul, enquanto a irmã prestava atenção concentradíssima e cantarolava junto a "Noite Feliz".
- Madre, madre....
- Que é Raul? Preste atenção. Agora não é hora para perguntas.
A madre dizia isto, porque Raul era curioso e vivia grudado nela, fazendo as mais inimagináveis perguntas.
- Raul percebeu que o negócio era ele fazer a pergunta bem alto para ver se ela, constrangida, com as visitas respondia
- ESTE JESUS DEVE SER MUITO LEGAL,NÉ, MADRE. NO ANIVERSÁRIO DELE TODO MUNDO DÁ PRESENTE PARA TODO MUNDO, SÓ ELE QUE NÃO GANHA NADA. EU É QUE NÃO IA GOSTAR NADA DISSO.
Neste instante até os artistas olharam espantados para a platéia de dezenas de crianças e algumas freiras.
A madre não teve outro jeito e respondeu:
- É que ele não está mais aqui.
Raul arregalou os olhos e respondeu:
- Mas ele veio aqui e a senhora nem me mostrou.
- Aqui não, Raul. Quando eu disse aqui, eu quis dizer na Terra. Ele viveu aqui na Terra há muitos séculos.
- Então vocês ainda comemoram o aniversário dele e ele nem sabe?
- Ele sabe sim, Raul.
- Mas, como? Ele já não morreu?
- Morreu, mas ressuscitou.
- Que Bárbaro! Este Jesus deve ser demais mesmo. Muito melhor que o super-homem.
A madre ficou vermelha de vergonha. A vontade dela era passar-lhe uma boa correção, mas aquela hora não era hora e Raul sabia disso, por isso aproveitou.
O grupo de artistas-mirins já encerrava a apresentação e tentava ensinar uma musiquinha para as crianças do lar. Como criança aprende rápido, logo formaram um bonito coro: "hoje a noite é bela, juntos eu e ela..."
- Madre, estas pessoas devem alguma coisa pra Jesus? - voltava o Raul para a madre.
A madre achou a pergunta muito estranha:
- Mas por que esta pergunta agora, Raul?
- Por que todo Natal várias pessoas vêm aqui trazer presentes, comidas especiais, doces, e algumas até levam a gente para a casa delas, para passar o final de ano com elas. Ahnn - continuou Raul - se elas não devem nada para Jesus, então, elas são muito interesseiras.
- Interesseiras?!!! - indagou a madre.
- É sim. Jesus não é filho de Deus?
- É.
- Outro dia, eu vi a senhora dizendo: "quem ajuda os pobres, empresta a Deus".
- E....
- Se elas ajudam a gente, elas estão emprestando alguma coisa para Deus. A senhora vive dizendo que Deus é bom. Então ele deve ser um bom pagador!
- Ah! Raul, as coisas não são assim. É que no Natal as pessoas gostam de agradecer a bondade de Deus, ajudando os outros. É uma época em que as pessoas comem comida especial, as crianças ganham roupas e brinquedos novos. Elas pensam em vocês que não têm como comprar nada disso. E elas vêm aqui trazer.
- Mas as pessoas só comem comida especial e as crianças só ganham roupas e brinquedos novos no Natal, madre?
- É claro que não, meu Raul?
- Então por que essas pessoas só vêm aqui no Natal, Madre?
- É que ...
- Por que só no Natal?
O coralzinho infantil já se dissipava em direção aos lanchinhos e docinhos e todos exibiam seus brinquedos novos, mas Raul ainda perguntava :
- Por que só no Natal?
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