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cronicas-->O Cara Bom -- 07/09/2004 - 18:59 (Cleuseni de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Cara bom

O dia começou agitado na escola. Ampla área dedicada à prática de esportes: três quadras, um campo de futebol. Sem contar a área verde, que lembrava aquelas chácaras grandes das cidades do interior. A garotada toda lá. Seria um dia diferente: o Agita Galera. Tudo a ver com a época em que o mundo passava horas a torcer por seus atletas em Atenas. Era a época das Olimpíadas de 2004.
Tão rápido quanto a agitação, começaram a surgir o que chamamos de imprevistos, mas que, na verdade, revela uma grande falta de providência.
Logo começaram as constatações seguidas pelos olhos aflitos das crianças que começaram a perceber que o dia separado para a prática de esportes poderia se transformar num suceder contínuo de frustrações.
Primeiro, era o rádio que não funcionava. E ouvia-se ao fundo das reclamações a voz da coordenadora:
- É que este rádio não toca CD pirata. Seu Cd é pirata, não é?
De que adiantava dizer que não? Ele não passara no teste do rádio DETECTOR de CDs piratas.
Onde estavam as bolas de basquete? Difícil encontrar. E as bolas de futebol? De Handball? Nada. Disseram que os professores de Educação Física tinham guardado, mas nenhum deles estava na escola naquele dia. Cada grupo de alunos se dividia pelos cantos da escola, procurando por professores, coordenador, diretor, secretário, quem pudesse dar uma solução para o impasse.
Encontraram as bolas de basquete. E um eufórico grupo corria para a quadra coberta, onde se encontravam as redes...ops...A REDE de basquete.
- Ih! Só tem uma rede, cara, e agora? - pergunta um aluno meio desanimado
- Ora, fazemos rede imaginária - respondia outro disposto a tudo para não perder a chance de jogar.
- Ahn, num sei se vai dar certo!
Logo deram um jeito. Chamaram o cara mais alto que encontraram, colocaram de pé em cima de uma cadeira, com as mãos em forma de rede. E pronto. Estava resolvido o problema.
- Eba! Galera, montamos a mesa de ping-pong - gritava um grupo de meninas
- Legal ! - outro grupo corria para lá
Mas onde estava a redinha? As raquetes tinham trazido de casa, qualquer coisa...
Foram providentes, porque também não tinha raquete na escola. E a bolinha? A bolinha estava quebrada.
Queixosos, ouviram a professora de Matemática, que não tinha solução para o problema, dizer:
- O cara que é bom joga sem redinha, sem bolinha...
- Sem raquete e sem mesa - um aluno completou com placidez
- É isso aí - falou sorrindo a professora - você não viu os etíopes que treinam descalços? Eles não têm esta história de tênis tal, ou tal. A aerodinàmica eles conseguem sozinhos, na raça. E, no entanto, são os melhores corredores do mundo. Viu? Cara bom se vira.
A garotada se virou mesmo. Dividiram a mesa com um pedaço de madeira e jogavam com a bolinha quebrada mesmo.
Em pouco tempo, a escola era só atividade. As três quadras ocupadas. O campo de futebol também. Outros jogavam vólei com outra bola de basquete. Tinha queima na área verde. Outro grupo conseguiu fazer o rádio tocar o CD e se pós a dançar. E, no fim, deu tudo certo, porque o cara que é bom é assim, se vira. E isso é típico de brasileiro.


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