Cai a chuva, está desesperada para molhar tudo e todos que estão pelas ruas a vagar, sem destino ou correndo em busca de uma proteção, algo que os mantenha seguros pelo menos por alguns instantes... pois se depender das forças de cima a "chuvinha" irá se transformar em uma terrível tempestade, carregando qualquer coisa que vier pela frente.
Junto da chuva, escorada em uma parede e em baixo de um pequeno telhado estava ela, com a brisa a tocar levemente em seu rosto... tão pura, doce, a pensar... olhar fixamente para a chuva que caia e aumentava gradativamente...assim como o brilho em seus olhos.
Ao seu lado, mais pessoas iam se aglomerando e tentando fugir daquele imprevisto da natureza, mas ela, continuava lá, intacta, como se não percebesse a presença de outras almas vivas a não ser a dela e a do seu próprio pensamento...
Puro pensamento... leve, tranquilo... pensar, no que ela devia pensar? Doce amor que toca, atravez de uma leva brisa, seu delicado rosto de menina!
Amor, aquele que ja à deixou inúmeras noites acordada olhando para o teto do quarto sem saber de onde tirar respotas... pensando no primeiro beijo, naquele abraço mais forte e com mais energia... aquela troca de olhares, tudo tão novo e inexplicável!
Amor, aquele que faz o coração bater mais forte quando aquela pessoa chega mais perto da gente... mas, por que esta pessoa? E não aquela outra... não sabemos, nem ela mesma sabe responder esta pergunta... ela apenas sabe, que anda mais feliz com ela mesma, mais leve, mais bonita.
A chuva começa a aumentar, minhas previsões de tempestade estavam certas. O dia agora parece noite, pois as nuvens escuras tomam contam daquele céu tão azul dos dias ensolarados.
A nossa menina continua lá... escorada na parede, mas agora encolhida, pois um forte vento frio toma o lugar da leve brisa. Encolhida, talvez até com um pouco de medo, de que não possa voltar para casa ou até mesmo para os braços daquele que ocupa 100% de seus pensamentos... qual pensamento! Aquele, que junto com a tempestade está sendo levado, pois ela agora chora, aquele choro de menina desprotegida, desorientada e sem uma única alma para lhe ajudar.
Seus olhos não brilhavam mais tanto como antes, era como se assim como as nuvens escureceram, seus olhos também se fecharam.
Porém, de súbito, uma mão toca seu ombro... e ali resolve ficar. A menina, atonita, olha fixamente para aquela mão e logo vira o corpo para ver de quem esta era...
Ela sorri, deixa cair uma última lágrima e volta a se acalmar...
Não sei ao certo quem era esta pessoa, pois como eu disse, as nuvens escuras tomaram conta do céu azul do dia ensolarado e não consegui ver direito quem era... apenas sei que era um garoto, meio loiro, acho... um pouco mais alto que ela... seus olhos, desculpem-me, mas não consegui enchergá-los. Apenas sei que em fração de segundos logo depois o reconhecer, ela o abraçou e ali ficou, junto dele até a tempestade parar e dar lugar ao sol... que aos dois resolveu iluminar! |
