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cronicas-->TENDÊNCIAS NÃO TENDENCIOSAS -- 01/09/2004 - 21:24 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TENDÊNCIAS NÃO TENDENCIOSAS

Francisco Miguel de Moura *


Que "todos são iguais perante a lei" reza a nossa Constituição, em seu artigo 5, para salvaguardar as diferenças e acabar com os preconceitos. A respeito disto, nosso humorista Deusdeth Nunes, o Garrincha, diz que "aí é que começam as diferenças": uns são ricos, outros pobres; uns são citadinos, outros rurícolas; uns são intelectuais, outros analfabetos; e por aí vão as diferenças não enumeradas na Constituição Brasileira. Claro que não se está falando sério, mas fazendo um trocadilho que, no fundo, nos remete para quando nascemos. Pois, se todos nascem iguais, não são iguais. Se todos morrem igualmente, nem todos são iguais na morte e no nascimento.
A vida é cheia de diferenças e, portanto uma batalha que vencemos a cada dia, até o último, construindo nossa personalidade, suportando a do vizinho, gozando e sofrendo o que o mundo nos oferece. Cada pessoa quer ser diferente, mesmo fazendo as mesmas coisas. E é melhor assim. Já imaginaram se todos fóssemos iguais, como seria chato o mundo?
Nesse vaivém de vontade, desejo, instinto, frustrações situam-se as tendências. Já é um terreno que participa do social. As tendências podem ser agrupadas em feixes de interesses e de habilidades. Assim, um quer ser jornalista; outro, deseja ser escritor, poeta; outros vêem com melhores olhos as atividades práticas: o comércio, a indústria, a mecànica, a contabilidade, etc. etc. Sorte de quem consegue encontrar campo para o desenvolvimento de sua tendência (nata ou inata, é um ponto a discutir). Será com certeza vencedor. Mas como descobrir? Existem os testes psicológicos, mas muito vagos e falhos. A questão deveria merecer muito mais estudo e cuidado dos educadores a partir da escola primária. Neste assunto, muitas perguntas ficarão no ar: Por exemplo, como alguém terá tendência para lixeiro?
Bem, o mundo é muito grande e sem dúvida se encontrará quem diga com seriedade que quer ser lixeiro. De tudo há no mundo. Há pessoas para tudo. Os doentes. Os criminosos. Os ladrões. Os santos. Os místicos. Os cientistas. Os políticos. Os bons e os maus. Não há só o lado bom. O lado mau é o complemento do universo. A divisória entre os dois lados, a linha digamos exata não existe. Há milhões de pontos e de interligações. Daí é difícil, talvez impossível, julgar os homens. Acho que isto ficou para Jesus, no fim dos séculos. Somente.
O impressionante é isto: que embora diferentes, únicas, as coisas, os seres, todas as substàncias se interligam por uma lei universal nunca descoberta completamente no seu funcionamento. Tudo está em permanente tensão. Como escreveu o escritor Joaquim de Montezuma de Carvalho ("Diário dos Açores", 18 de janeiro de 2004, Portugal): "Todas as coisas, embora mudas, falam. (...) O universo é um grande circo. A inteligência, a sensibilidade do homem, essa consciência do universo, apenas descobre essas relações ocultas". Assino embaixo. Os poetas e os cientistas, mesmo que não tenham escrito nada nem descoberto nada, são os que mais se aproximam do conhecimento dessas relações. Eles e os santos, os míticos.



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*Francisco Miguel de Moura é escritor, mora em Teresina.
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