Existo, no intervalo do verso.
Oculto entre poucas rimas,
E no verso de cada anverso.
Consumindo-me em enigmas.
Sem ser visto e sem ser lido.
Porque em cada frase sinto,
O silêncio que foi sem ter sido.
O abandono e o seu recinto.
Aonde a ausência trabalha.
Moldando a dor de ser assim,
Algo bem próximo da falha.
O instante da simples questão.
Que diz ser muito amor enfim,
Todo o ardor no meu coração.
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