FALA PESSOA
Já dizia mestre John Lennon
Que mais importante é falar
Que é a forma de ser ouvido
E estar o tempo todo a falar
O único jeito a ser entendido
Assim é preciso estar a falar.
Mas não falando com parede
Também com os seus lençóis
Não é lugar para se lamentar
E muito menos desatar os nós
Mas é falar comigo e contigo
Falar com o outro e todos nós.
E falar é diferente de tagarelar
Como se falar pelos cotovelos
Você só estivesse a confabular
Não perdendo o fio do novelo
Só é praxe de quem não pensa
E fala em turbilhão e atropelo.
Bom é falar sempre e na hora
Na hora que a garganta apertar
Por uma palavra que engasgou
E que era da frase para se falar
Mas que por polidez não falou
Mas ainda continua engasgar.
E uma palavra engasgada ruim
Tem levado muita gente sorte
A má sorte em não ter cuspido
Ela lhes ter levado uma morte
Inglória despedida por calar-se
Por isso perdido chão e norte.
É correto uma fala apropriada
Não as fofocas e as inverdades
Que isso faz mal entre pessoas
É insensato até pelas maldades
Que sem o ganho em mentiras
Nem viram as falsas verdades.
Mas se diz para perder alguém
E só falar a ele o que se pensa
Mesmo que seja uma cristalina
Constatação e ainda que tensa
Por esta verdade ser a absoluta
Não há nada que ela compensa.
Pois que nada há por interessar
Para a outra pessoa que ela seja
Em sua cor ou em seu tamanho
Como se encontra ou até esteja
Se de raiz nebulosa ou obscura
Ou até de índole não benfazeja.
Não importa que outro até seja
Ou bem não seja o que se quer
Se num desenho curvo ou reto
Moça, moço, homem, mulher
Melhor importa é o saber dele
Ver na fala e nos olhos o que é.
E para isso o melhor é se falar
Como ela disse: a gente se fala
Logo o caleidoscópio explodiu
E nuances de cores bem claras
Que não deixam nem a dúvida
Que é hora que a gente se cala.
Pois aí são outros movimentos
Nem são mímicas por calorosa
São ondas de sentimentos puras
E nos olhos lágrimas dolorosas
É alerta pra perceber uma boca
De lábios pedintes e calorosos.
Pois é onde a natureza humana
Expressa toda a sua intensidade
Como a dúvida antes da criação
Onde Nele seria a generosidade
Como a que Ele procurou fazer
No homem e a sua cara metade.
Mas se diz para perder alguém
E só falar a ele o que se pensa
Mesmo que seja uma cristalina
Constatação e ainda que tensa
Por esta verdade ser a absoluta
Não há nada que ela compensa.
Pois que nada há por interessar
Para a outra pessoa que ela seja
Em sua cor ou em seu tamanho
Como se encontra ou até esteja
Se de raiz nebulosa ou obscura
Ou até de índole não benfazeja.
Não importa que outro até seja
Ou bem não seja o que se quer
Se num desenho curvo ou reto
Moça, moço, homem, mulher
Melhor importa é o saber dele
Ver na fala e nos olhos o que é.
E é nessa hora que boca se cala
Para dar vez a todos os sentidos
É olhar no olhar se encontrando
Sobrancelhas e olhos contraídos
Estudando e ainda se indagando
Serão enamorados ou inimigos.
Até numa circunstância ao falar
Que as pernas começam tremer
E seus lábios inadvertidamente
Em tiques nervosos a se mexer
E sua alma tentar sair pela boca
É sua vida latejando para viver.
E falar é acionar o botão da luz
Verdade acende, mentira apaga
Cabendo a cada um sua escolha
E tem gente que sua vida acaba
Por escolhas muito lamentáveis
Outro ela simplesmente desaba.
Temerosamente são outros dias
Como escrevem, é outro tempo
Não como do índio americano
Que usava fumaças sem vento
Nem do telegrafo com seu ticti
E poste caído um contratempo.
É o tempo da mensagem online
Que a palavra sem som de boca
Parece até tirada de hieróglifos
Em linguagem estranha e louca
É das que se escreve e nada diz
Se o missivista dorme de touca.
Uma coisa é escrever que chora
Botando rabisco para confirmar
Outra é verdadeiramente chorar
Deixando ela sua lágrimaaparar
E ao invés de garatuja sorrindo
No sorriso dela o hálito aspirar.
É mas é melhor mudar de rumo
Porque eu sou do tempo antigo
E essa conversa pra boi dormir
Na versão online que é o perigo
Que os americanos inventaram
Para controlar todos e o amigo.
É um negócio fácil de entender
Que nem precisa de um delator
Ao mandar -receber mensagens
Você se entrega sem o tradutor
E de lambuja até te emburrece
Não servindo nem para traidor.
Pois que você já não conversa
E nem confabula pra contestar
Expor mesmo ideias contrárias
É coisa que não aprendeu falar
Pensar nem uma possibilidade
Online eles sabem te controlar.
Pois é nesse manda e já recebe
E nesse recebe e vai mandando
Nos controladores desse mundo
Fica fácil para ficar te gravando
Eles já até conseguem controlar
O que deseja e até tá pensando.
Pela tal de inteligência artificial
É preciso no extremado sentido
Dos que amam e zelam os seus
De que não sejam inadvertidos
Pois que há notícias de sombras
Que donos não foram seguidos.
Mas a ela seremos até superior
Pois o sentido e o instinto voa
E as artimanhas de um espírito
Não tem o hábito de ficar à toa
Lutaremos na força da palavra
Que sai na voz. Valeu, pessoa ?
FIM
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