SUPLÍCIO DO CORAÇÃO
Filemon F. Martins
Ainda é cedo e a saudação começa:
um pássaro cantando na ramada,
não pára de pular, trinando à beça,
talvez para acordar a sua amada.
Emplumado a cantar, já não tem pressa,
ele quer conquistar a namorada.
E no seu canto um grande amor confessa
sem demonstrar cansaço na empreitada.
Somos iguais, contrito passarinho,
nos meus versos imploro algum carinho
de quem o coração amou e quis...
Mas o tempo passou e só me trouxe
esta mágoa indizível, agridoce:
- ela não leu os versos que lhe fiz!
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