“SOU O AMOR QUE NÃO OUSA DIZER O NOME”



Sou o amor marginal

Que se esconde por detrás

Das portas e janelas

De algum lugar.

Sou o amor que acredita

Que as rosas azuis existem!

Sou o amor que ama sem sentir culpas...

E não pede desculpas!

Sou o amor dos becos, casebres e favelas

Mas também dos condomínios e mansões luxuosas,

Que não pode dizer o nome!

Sou o amor bonito

Que querem fazer feio...

Sou o amor sem cor

Mas translúcido,

Como um topázio em movimento.

Sou o amor por detrás

Das grades da prisão, dos manicômios...

Mas também dos escritórios, bares, boates...

Sou o amor executivo, de terno e gravata

E também o das bermudas e sandálias havaianas...

Mas sou o amor!

Sou o amor das praças e jardins

Mas também das periferias...

Sou o amor que alguém diz ser aberração

Mas o coração não tem prevenção

E ama pela emoção!

Sou o amor que teima ser para sempre

E que, às vezes, se torna efêmero

Mas sou o amor!

Sou o amor dos oprimidos

Mas que grita pelas frestas

E não se cala ao cair da noite!

Sou o amor que amanhece

Com a cara da esperança...

Sou o amor que atravessa o tempo

Para chegar à eternidade!

Sou o amor que não cerceia a alma

Porque dela, não se tem impressão digital,

É livre para voar, sonhar, viver...

Sou o amor que chora às escondidas

E da sua dor, faz se o riso

E sorri para multidão...

Sou o amor que quiseram fazer doença

E o tempo se encarregou de desmentir

Pois a desavença não é crença!

Sou o amor que não quer calar

Que enfrenta as intempéries

E renasce para ser feliz!

Sou o amor que não tem DNA

Um enigma para a ciência,

Mas um esclarecimento para Deus!

Sou o amor obstinado

Fruto da espécie humana

Que não precisa dizer o nome!

Sou o amor que acredita

Que as rosas azuis existem

E existem sim, só basta procurá-las!

São Rosas Azuis, geneticamente modificadas

Mas são Rosas Azuis!

Ah! Eu sou o amor, que acredita em muito mais...

Getúlio Silva 05 /10/2007





Dedicado ao amigo:

João Batista Pedrosa

Psicólogo e Autor do livro SEGUNDO DESEJO.