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Artigos-->QUEM QUER AS PLANTAS TRANSGÊNICAS? -- 15/02/2000 - 09:39 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUEM QUER AS PLANTAS TRANSGÊNICAS?



Paccelli M. Zahler

Ministério da Agricultura

Brasília, DF



Nestes últimos 10 anos, a Biologia Molecular e a Engenharia Genética apresentaram um grande avanço, tornando possível a inserção de material genético (DNA/RNA) de um organismo em outro com o objetivo de melhorar algumas características do organismo receptor.

Por exemplo, os agricultores podem pulverizar as suas lavouras de algodão com as toxinas produzidas pelo Bacillus thuringiensis (Bt) para controlar as lagartas. Hoje, com as técnicas de Engenharia Genética, um segmento do DNA do Bt pode ser introduzido em plantas de algodão, tornando-as resistentes ao ataque de lepidópteros.

Daqui a alguns anos será possível inserir genes das mais diversas procedências nos cultivos agrícolas para que eles se tornem mais produtivos e mais resistentes às pragas, com redução significativa no uso de agrotóxicos.

No entanto, pra que os agricultores possam utilizar tais produtos sem problemas, estes devem mostrar-se biologicamente seguros, ou seja, não devem causar impacto no meio ambiente, tampouco causar problemas à saúde do homem e dos animais.

No Brasil, assim como nos demais países onde os vegetais transgênicos começam a ser introduzidos, a avaliação da segurança biológica é feita por uma Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, constituída por especialistas das áreas de biotecnologia, humana, animal, vegetal e ambiental; representantes de Ministérios, defesa do consumidor, empresas de biotecnologia e órgãos de proteção à saúde do trabalhador.

Esta Comissão avalia projetos de pesquisa em contenção e de liberação no campo de organismos geneticamente modificados (OGM), apresentados por instituições detentoras do Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB).

Atualmente, os dados de biossegurança disponíveis foram obtidos em clima temperado, mais especificamente, nos Estados Unidos da América e Europa. Mas, como se comportariam em clima tropical? É a resposta a esta pergunta que os testes de campo a serem realizados ainda este ano, no Brasil, irão buscar!

Nos Estados Unidos da América, após 10 anos de intensa pesquisa e pouco mais de 10 mil liberações no campo de vegetais transgênicos, seis cultivos transgênicos (milho, algodão, batata, soja, tabaco e tomate) foram considerados biologicamente seguros, tendo sido desregulamentados pela Comissão de Biossegurança daquele país, e já se encontram no mercado.

Em uma visita à capital dos Estados Unidos, Washington D.C. e à cidade de Wilmington, no estado de Delaware, no ano passado, tive a oportunidade de participar de um jantar à base de soja transgênica, temperada com óleo de canola, também transgênica; além de comer uma pizza temperada com molho de tomate transgênico, oferecidos pelas indústrias de biotecnologia daquele país, com o objetivo de promover os produtos transgênicos e mostrar que não são diferentes dos vegetais comuns.

Realmente, em termos de paladar, não observei diferença! E alguns testes de laboratório têm mostrado que tanto na aparência como em valor nutritivo os vegetais transgênicos não são diferentes dos vegetais comuns.

Há uma grande preocupação por parte das Comissões de Biossegurança com relação à segurança alimentar e a interação dos organismos geneticamente modificados com o meio ambiente, razão pela qual têm sido bastante exigentes nestes aspectos.

Assim, um organismo geneticamente modificado só chega à mesa do consumidor depois de vários testes de laboratório e de campo que comprovem seu baixo risco à saúde do homem e dos animais, bem como seu baixo risco ao meio ambiente.

A introdução de vegetais transgênicos no Brasil pode não significar a redenção da agricultura nacional mas, com toda a certeza, será uma importante ferramenta a disposição dos agricultores no manejo integrado de pragas, com uma substancial redução no uso de defensivos.





(publicado na Revista A GRANJA, junho/97, p.66, Seção Ponto de Vista)

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