Paródia ao poema Versos Campesinos, de Archangelus de Guimaraens).
Os restaurantes estão lotados
Por onde tu vais caminhar;
Auguram atrair teus sentidos...
Os restaurantes estão lotados,
E tu te precisas alimentar.
A bolsa branca que vai pendida
No teu ombro, direitinho,
Vai recheada, bem provida.
A bolsa branca que vai pendida,
É alvo de cada maitre, pelo caminho.
Pelas calçadas, pelas esquinas,
Como que os cardápios dizem: Bons dias!
Iguarias tão frescas, tão finas.
Pelas calçadas, pelas esquinas,
Quando passavas, tudo tu lias.
No dia lindo e ensolarado,
Cheiro de tempero paira no ar,
Teu apetite foi estimulado.
No dia lindo e ensolarado,
Cada cardápio a te convidar.
Pelas muitas ruas movimentadas
- Cenários belos desse espetáculo –
Carnes cuidadosamente anunciadas.
Pelas muitas ruas movimentadas,
Carneiro, porco e carne de sol.
E como um bando d’aves de rapina
Os anunciantes davam-te reclames
Para atrair-te – oh! Triste sina.
E como um bando d’aves de rapina,
Te atacavam – figuras infames.
Casa escolhida, cliente sentada,
Era a hora tão esperada.
Teu apetite de estivador
Casa escolhida, cliente sentada,
Tanta fartura, tão bom sabor.
A tua mesa, já reservada,
Era padrão de gosto e beleza...
De tradição muito decantada.
A tua mesa, já reservada,
Tinha uma torta por sobremesa.
|