O poeta olha o céu
E ama o silêncio da noite,
E sente a Vida neste silêncio.
O poeta acompanha o vôo
da borboleta,
E este vôo é a sua reflexão.
O poeta tem o mundo em suas mãos,
Mas segura-o cuidadosamente,
com seu sonho,
com sua mudez.
O mundo tolera o poeta
- porém não o escuta -
O mundo corre, enquanto o poeta
reflete.
O céu, que o poeta contempla,
O silêncio que ele ama,
A borboleta que voa,
no espaço,
em Liberdade,
São vidas suspensas nas mãos
Daqueles que correm
Impelidos
Pela ambição.
O poeta vê a morte
Onde os outros
vêem a vida
E estremece,
Porque
Só tem a sua poesia
Para defender o mundo
Da destruição.
O poeta, solitário,
Bebe
Com ansiedade
As gotas de Paz
E de Beleza
Que lhe são oferecidas
Pela Criação.
Edestas gotas ele extrai
A própria Vida. |