147 usuários online |
| |
|
Poesias-->Do amor que tem fome -- 17/09/2007 - 23:24 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) |
|
|
| |
Amar parece ter um quê de vazio.
Você mergulha no sol da tarde,
Tão quente e seco o tempo.
- o amor seria uma chuva em agosto?
Seria amor esse ar rarefeito,
Ansiando pela gota fresca?
Ou a chegada exata da tempestade,
Lavando os telhados,
Rasgando as narinas,
O cheiro insuportavelmente
Prazeroso da terra molhada?
Amar talvez seja
Mais o desejo que o gozo,
Mais a vazante que a cheia.
- eterna fogueira crepitando
Na roda do tempo.
Conheço o amor
Das ruas cheias de olhos
Que sonham.
De mãos eternamente
Ocupadas, estendidas
Para o momento rápido
Da falsa cerimônia
Da comunhão dos seres humanos.
Conheço o amor que não se realiza
Pela absoluta brutalidade do cotidiano.
Conheço esse amor que tem fome.
Espraiado nas terras secas.
Nas cercas todas.
Nos canaviais fumegantes.
Ai, amor que dói e sonha...
Para Diolinda e Rainha
Brasília, 17 de setembro de 2007
|
|