Ela é linda no coração dos meus olhos
Onde em folia abre alas com toda permissão de passagem
Invade destemida em sua quietude mansa
Até desalojar o meu íntimo para se ocupar com o meu próprio despejo.
Não satisfeita rouba a minha identidade e descarta a minha gana desmemoriada
A ponto de desfiar o flerte só para a mudez da catarse na minha retina.
Ao se apossar revira tudo de ponta-cabeça
Na correnteza dos delírios sem opção de prumo
Restando a certeza de quase mais nada.
E se faz ultrajante com seus olhos e lábios pedintes
Envolta no negrume da noite insone da minha solidão
Invade a minha privacidade a dilapidar posses e devaneios
Provocando o ermo em sua evasão de álibi inexorável
Que me faz espantado patético quando se dá refratária às minhas investidas
Como se eu deparasse a intransponível quarta margem de rio
A desdizer de sonho, loucura e erro.
Ao menos vem circunspecta mais vingativa
Desmanchando a cobiça de sua efígie emoldurada na idéia
Enquanto sou mãos carentes de seu afeto
E insisto em tê-la mesmo que seja impressão nas águas
Apenas refletida no prazer de matar minha sede.