O lobo e a virgem
Eis-me, ó virgem, somente teu,
buscador de tua inocência
como doce lobo faminto
desejando tua carne úmida e tola.
Graciosa, ainda que roufenho esteja,
ouve-me no silêncio desse desejo
que, alvoroçado, quer comer-te
para aprender do teu amor
o sabor de tudo.
À boca deste amável lobo
desnudas estão minhas palavras
e apenas sinto-as, mastigando tua alma
açucarada por sabores estranhos
ora tão belos
ora tão mansos,
hoje apenas um sonho. |