Usina de Letras
Usina de Letras
114 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62239 )

Cartas ( 21334)

Contos (13264)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10368)

Erótico (13570)

Frases (50636)

Humor (20031)

Infantil (5436)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140810)

Redação (3307)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6194)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->É do Roberval que elas gostam... -- 08/08/2004 - 16:04 (Mastrô Figueyra de Athayde) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Nem todas as mulheres gostam de apanhar, só as normais". A celebre frase do imortal Nelson Rodrigues sintetiza o mais puro desejo feminino. A mulher só valoriza o homem diante da imposição masculina. Para falar o português correto, mulher gosta de sofrer - é o famoso "pisa na cabecinha que ela gama!".
A partir desta sensacional definição, de um dos mais famosos torcedores do Fluminense, a frase é constantemente confirmada nas rodas de fofocas femininas: "Os homens não prestam!", ou "Todos eles são farinha do mesmo saco!". Mesmo a partir desta convicção, dita em prosa e verso nas reuniões das "Luluzinhas", não é possível acreditar que as mulheres desejam, que elas querem e procuram os homens que a fazem sofrer. Uma química das mais estranhas, mas é o comportamento que predomina atualmente na sociedade brasileira. Azar dos romànticos. Eles são sempre deixados de lado.
Recentemente, esta tendência da imposição masculina é apresentada em rede nacional na novela "Da cor do pecado", da Rede Globo. Um espírito, chamado Roberval, aparece para um dos personagens da trama. O hectoplasma dá dicas de como conquistar as mulheres. O aprendiz, um `pai-de-santo´, leva os mandamentos ao pé da letra. Por sua vez, o "Pai Helinho" se transforma no mais famoso "garanhão" do nordeste brasileiro. "Mulher deve ser tratada no cabresto!", repete Roberval em uma das cenas da novela.
A partir deste antagonismo, vem a tona as perguntas que não querem calar: "Para amar é necessário sofrer?", "Porque as mulheres valorizam apenas os homens que as fazem sofrer?", "Será que o homem é fruto do masoquismo feminino?", entre outras. Em um pequeno espaço de tempo, mais de uma dezena de perguntas é possível fazer neste universo de absoluta dependência do "chicote". Em todas as situações, as mulheres não são capazes de explicar. Elas apenas resmungam e choram, como se o desespero fosse resolver algo. Na verdade, este comportamento apenas municia ainda mais os homens, que aprendem a gostar da situação proporcionada por elas. Ter mulher como marionete realmente é muito prazeroso, como já dizia um jovem baiano.
O desejo impulsivo desencadeado na base do sofrimento é um fenómeno até então pouco conhecido. A química do "bateu-gamou" supera a emoção, não dando margem para a razão. Será esta a razão do "amor-bandido"? Ser irracional? E que o sofrimento é apenas o combustível desta irracionalidade? Quem sabe o motivo não seja esse? O inconcebível, mesmo diante dessa química inexplicável, é saber que a maioria das mulheres não lutam pela sua real felicidade. Elas são as culpadas pela avalanche de Robervais. Diante deste contexto, outra celebre frase, dita e redita pelas esquinas das cidades, pode ser perfeitamente empregada: "O amor mora ao lado!". Abrir os olhos ao seu redor pode ser a grande saída para a descoberta do verdadeiro amor. Insistir no sofrimento é prolongar a dor. Acordar para a vida é sem dúvida a grande alternativa. Dar um basta aos Robervais da vida é a prova que falta as mulheres. Vamos ver até quando as mulheres vão gostar de apanhar do amor. Quem sabe um dia as normais serão aquelas que realmente gostam de amar.

Mastró é jornalista
e-mail: marcelo@tribunaliberal.com.br


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui