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cronicas-->Li e gostei -V -- 08/08/2004 - 15:43 (Érica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Li e gostei: A Bolandeira, de José de Abrantes Gadelha (07/08/2004)(Ensaios) - trazido ao nosso conhecimento por Lucas Tenório.

O estilo é romàntico, o cenário é pictórico, a descrição é ativa e dinàmica. O autor tem talento para transmitir em palavras, sem perda de objetividade (quase fotográfica), o cenário da vida brasileira pobre. Ele jogou seu olhar por uma cidadezinha para onde afluem as pessoas mais simples, criaturas que parecem ser esquecidas de um deus, mas que nunca esquecem Deus. Gente abençoada por uma infinita paciência, que vem tentar vender suas coisas, para poder comprar outras, essas comíveis - como pedacinhos de toucinho, linguiça... - Leiam estes dois parágrafos, repletos de vida:

"Na maioria, são pessoas pobres, analfabetas, sem visão de futuro, sem capacidade de desenvolvimento, que vão à feira à procura do meio quilo do toucinho de porco, farinha e raspadura, para temperar as panelas na semana que se aproxima, enganando a fome que maltrata, oprime e suplicia, dia após dia, noite após noite e anos infindos.

Passam homens, mulheres, crianças. De todas as idades. Uns a cavalo ou em lombos de burros e jumentos, outros seguem a pés descalços ou calçados de tamancos e currulepos. São vendedores de vassouras, de balaios, de cestos feitos de palhas de carnaúba. São vendedores de doces, de cocadas e raspaduras; são louceiros que passam com potes e panelas de barro - transportando nas mãos, nas cabeças e por baixo dos braços os produtos fabricados na região, para vender - trocar. São os produtos que chegam e saem comprados: feijão, milho, arroz, farinha, raspaduras, melancias, gerimú e macaxeiras, carne de boi, de porco, de bode, bacias, lamparinas, marmitas, potes e pinicos."

De nosso posto de observação diante do computador, o mais perto que se pode chegar a esta gente, é ler estes parágrafos - ou toda a obra de onde foram extraídos (indicada ao final da página reproduzida por Lucas Tenório) - o mais perto que se pode chegar a esta gente é a convivência pela imaginação, guiada pela descrição de Guedelha:

"Barracas vendem aluá - feito de cascas de abacaxi, doce de cóco e raspaduras - chamado quebra-queixo, café e pão doce vindos da cidade de Sousa."

Uma convivência dolorida e saborosa - como a vida é, afinal.

Li, gostei e recomendo, em Ensaios, "A Bolandeira".
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Érica Eye
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