Costumo ouvir com atenção os discursos. Sejam de direita e esquerda.
A linguagem petista tem uma carga insuportável para alguns. Porque traz uma realidade crua e um sonho doce. Traz a indignação e a beleza daqueles que teimam em fazer a aurora vermelha aquecer os corações.
A linguagem petista, via de regra, é correta e pura. É amorosa, mas justa. Não se faz de tonta, é plena de uma paixão tamanha, que faz tremer, arrepiar, umedecer os olhos, porque é a linguagem dos que teimam na felicidade geral.
Os velhos teimosos do velho comunismo, do recente socialismo e agora, sabem lá de que, mas cujo sonho é o mesmo. Buscamos novas fórmulas, mas sabemos que o dia precisa ser novo.
No último debate em Brasília, na Record, resolvi fazer parte da "claque". Os petistas providenciaram um telão, faixas vermelhas e lá estava eu, quarentona, assistindo a meninada gritar - Olê, Olê, trabalhador, Magela, Governador.
A torcida do PMDB, rorizista, que apóia Serra, gritava - UUU, vai tomar no ...., quem manda no pedaço é a torcida do azul.
Depois, algumas palavras de ordem - azuis - contra os homossexuais.
Eu, mãe de dois filhos, heterossexual defensora da causa de toda e qualquer minoria, só suportei o primeiro round.
Ainda me diverti quando um companheiro petista, com a namorada, gritou - pelo menos a gente faz sexo. Foi a cena que valeu o meu sacrifício de ficar sentada no chão ouvindo sandices.
A minha linguagem - a petista - é plena de amor.
Pode ter algo de indignação, mas é a linguagem dos que querem mudar. São a favor.
Os que são contra, me perdoem. Nada querem mudar. Não se importam com os que morrem de abandono.
O sonho petista toma esse país.
Já ganhamos as eleições.
Agora começa a grande tarefa de mudar. Com a linguagem petista do amor. Justa, mas amorosa. |