DÁ-ME o que quiseres
que recebo de bom grado.
Não me importo se me feres,
se amo e não sou amado.
Se me deres saudade,
devolvo-te fidelidade.
Se me deres tristeza,
reciclo-a em versos.
Retiro dela sua beleza.
Tu dizes que meu amor
é suicida. Alimenta-se da dor.
Respondo-te, minha cara,
que amar é coisa rara.
Eu a tenho. Guardo-a com fervor.
Por isso, recebo com alegria
o que quiseres me dar.
Que o que sinto há de transformar
tudo, até o desamor, em poesia. |