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cronicas-->África e Recife* -- 04/08/2004 - 12:43 (Lucas Tenório) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dia da África

Christianne Galdino*

Dia 25 de maio é uma data especial para toda a raça negra. E os brasileiros, herdeiros legítimos e naturais desta "negritude" não podem ficar de fora das comemorações. O chamado Dia de África marca a criação da Organização da Unidade Africana (OUA), que por sua vez simboliza o combate que o continente travou para a sua independência e emancipação. Esta data de significado tão político ganha roupa de festa nas mais diversas comunidades africanas espalhadas pelo mundo.

África no Recife - Em Recife não podia ser diferente. A capital pernambucana (e adjacências) abriga algumas dezenas de africanos, de nacionalidades distintas que, na maioria dos casos, estão aqui para estudar, seja nos cursos universitários, seja numa especialização, mestrado ou doutorado. Durante longos anos, angolanos e caboverdeanos representaram a maioria da comunidade, hoje há mais guinenses (da Guiné Bissau). Apesar de haver uma presença mais constante de estudantes dos PALOP´S (países africanos de língua oficial portuguesa), temos aqui também gente do Senegal, da Nigéria e até de outros lugares onde predomina a raça negra, como a Jamaica e o Suriname. Eles estão tão próximos e nós continuamos cultuando idéias e imagens estereotipadas de uma África antiga. "Aqui no Brasil o preconceito existe mais por causa da ignorància da maioria dos brasileiros em relação à África e sua cultura" - afirma o engenheiro senegalês Babacar Diene, residente no Recife há sete anos.

Sons africanos - Para conhecer melhor essa realidade que tanto tem a nos ensinar, nada melhor do que o convívio diário ou pelo menos a participação nas festividades. Mas atenção, não espere encontrar tochas, fogueiras e negros vestidos com peles de animal executando, ao som de tambores, uma dança tribal. O que se toca nas festas africanas é o que faz sucesso nas boates e bares dos vários cantos da África e também da Europa, dos Estados Unidos, etc. Danças a pares extremamente sensuais como a Kizomba (parecida com o Zouk) angolana e o Founaná (lembra o nosso forró) de Cabo Verde. Ritmos para se dançar solto como é o caso do Mbalakh senegalês; o Batuko das Ilhas de Cabo Verde e o Kuduro de Angola, todos com forte presença da percussão, claro.

Sabores - Uma típica festividade afro é muito mais parecida com as farras brasileiras do que se pensa, afinal foi deles que herdamos a alegria festeira e esta mania de nos reunirmos para "bebemorar" dançando todas as nossas datas especiais. "Só que os brasileiros se juntam geralmente para tomar cerveja e no Senegal, por exemplo, nos reunimos para beber chá. Mas a intenção é a mesma. O mesmo costume" - compara Babacar, enquanto prepara uma Supou Kandia (Sopa de Quiabo), prato típico senegalês que lembra muito o caruru baiano.

Aliás, a culinária é uma peça fundamental na boemia afro. "Festa africana tem que ter comida e bebida à vontade". E assim foi no dia 22 (sábado) quando a comunidade africana do Recife recebeu os amigos numa autêntica festança afro para comemorar o Dia de África em grande estilo. O pessoal de Cabo Verde preparou katchupa (prato à base de milho e feijão e com tudo quanto é carne dentro, do porco à galinha...) e teve também uma boa muamba (galinha) angolana neste variado afro-cardápio, tudo temperado com óleo de dendê e pimenta para o pessoal ter energia e aguentar o rojão até de manhã. Uma boa noitada afro só acaba no outro dia.

Sem dúvida, a grande maioria presente no evento provou e aprovou os sabores e saberes e póde vivenciar uma África contemporànea em seus diversos sotaques. E curtir um som em Crioulo (dialeto de Cabo Verde ou Guiné- Bissau), kimbundo (Angola), Wolof (Senegal) ou somente num português diferente do nosso.


Fonte: http://giro2.interjornal.com.br

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