No decorrer de nossas vidas, utilizamo-nos de coringas para "resolver" determinadas situações.
Esta alternativa intensifica a sensação de solução fácil e rápida. Imprime uma idéia que tudo na vida é simples de se resolver. Como se a vida fosse um jogo, onde na falta de uma carta, colocamos o coringa no lugar.
Solucionadas as situações, elas vão para debaixo de nosso tapetinho e ali ficam. Ali repousam. E acabam adormecidas, pois "já demos um jeitinho" e está TUDO certo novamente.
E pra nós sobra um rastro de frustração. Por não ter resolvido da maneira que gostaríamos.
A vida não é uma brincadeira que nos permite sempre usar recursos paleativos, e ao mesmo tempo, impede que "esperemos sentados" a nossa carta tão sonhada.
Quando enfocamos a vida como um jogo( onde sempre haverá perdedor e/ou vencedor) constante, moramos no perigo.
Por dois motivos: podemos fazer dos coringas a salvação pra tudo, ou viver na inércia que um dia o número sonhado chegará.
E quando menos esperamos, perderemos o jogo.
Agora, se fizermos do jogo uma agradável brincadeira para momentos de prazer em nossas vidas, "sacaremos" que o coringa nem sempre se faz necessario.
Uma vez ou outra, devemos coloca-lo na jogada.
Principalmente em necessidade de "prontidão":como forma de agilizar soluções ou em caso de emergências, por exemplo.
Abaixo, dezesseis "insights(sacadas)" permitem-nos refletir sobre o tal "CORINGA":
1-No jogo, o coringa substitui qualquer carta.
2-Ele não é a salvação ou garantia que seremos vitoriosos. Às vezes, muitos coringas em mão limitam a possibilidade do jogo se desenrolar.
3-Ele quase NUNCA será o substituto daquela carta que tanto queremos. O que entendemos por "azar" do jogo não nos ajuda a encontrá-la.
4-O "tal" jogo, que esta à espera da "tal" carta, fica sem conclusão, mesmo que tenhamos tantos forem os coringas em nossas mãos.
5- Se utilizarmos o coringa, também faremos a "Canastra"(sete cartas corridas do mesmo
"naipe"). Mas valerá um pouco menos. Conhecida como "Canastra Suja".
6- "Uma simples Canastra Suja? Não vou trocar a possibilidade de uma canastra real pela certeza de uma canastra suja"- concluímos.
7-E assim ficamos na espera, com o tal coringa está na mão, e de repente, não mais que de repente....O adversário termina o jogo.
8 -"Bati". Ele fala.
9-E nós culpamos e xingamos esta carta sonhada, que passa a ser "a maldita". Ela foi a responsável por nossa derrota.
10-"Que porcaria.....porque não tive a sorte de compra-la? Porque ela não apareceu? Se eu tivesse comprado, teria sido bem diferente. Por isso que eu perdi o jogo." -desculpo-me comigo mesma."Também, eu NUNCA tenho sorte"....generalimos a situação.
11- Os momentos de fúria vêm seguidos por cinco minutos em que remoemos carta a carta internamente. "Eu poderia ter feito outros jogos......falo para mim mesma".
12-"Sou burra...Como pude ficar o jogo inteiro esperando uma única carta?"
13- É ai que me lembro que tinha coringas em mãos...
14-"Como não usei o coringa ?Como?Porque? Por isso perdi. Se eu tivesse feito aquela canastra, eu teria ganho, teria, teria...."-insisto comigo mesma, tentando reavivar os jogos em mente para somar meus pontos.....
15-E num passe de mágica, a fúria remoída transforma-se num longo suspiro, fruto de um ser cansado mentalmente, que finge não ter vivido tal derrota. Já está certo de sua vitória no próximo jogo:
16-"Ufa....pelo menos encontrei a explicação para a minha derrota. Foi o fato de não ter usado o coringa.... Na próxima, não deixarei o coringa de lado...."
