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Artigos-->Estou com Medo. Mas Estou Feliz -- 18/10/2002 - 16:39 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Com Medo de Ser Feliz

(por Domingos Oliveira Medeiros)





A ansiedade gera muitos problemas, dizem os especialistas. A Síndrome do Pânico é um deles. Que se caracteriza pelo excesso de preocupações sobre o futuro imediato. Eu nunca passei por isso. Mas, confesso que estou com medo. Há oito anos, para ser mais preciso. Inseguro, descrente e triste. Medo até das chuvas. Pois com elas certamente virão as enchentes, os desabrigados e as doenças, como a dengue e a febre amarela.



E tudo por conta desse governo que, a despeito de ser o primeiro a conseguir dois mandatos seguidos, com ampla maioria no Congresso Nacional, ao término, não foi capaz de produzir nada em benefício da população e do país. A não ser uma montanha de dívidas. Dívidas que não poderiam existir, se consideramos o dinheiro das privatizações, o dinheiro oriundo do aumento dos impostos, o que foi economizado pela falta de reajustes salariais dos servidores e o dinheiro que pediu emprestado ao FMI.



Recentemente, pressionado pela crise de confiança, o governo aumentou de 18% para 21% os juros praticados no país, sob o pretexto de conter o aumento da inflação. A eficácia dessa medida é duvidosa. Suas conseqüências, assustadoras. A dívida pública, só em outubro, aumentou em R$ 2,2 bilhões de reais, e já ultrapassa a casa dos R$ 880 bilhões. Dívida que no primeiro mandato de FHC girava em torno de R$ 100 bilhões. E o pior: a desconfiança persiste. O dólar continua rondando a casa dos R$ 4 reais. Principalmente quando se aproximam o vencimento de dívidas contraídas com o exterior. Por conta dos especuladores que, de forma artificial, e sob o olhar incompetente do governo, jogam a moeda para o alto para aumentar seus ganhos.



Resultado: restrição ao crédito, inibição de investimentos produtivos, queda no consumo, paralisação da produção, aumentando a o desemprego e a violência. E o governo não faz outra coisa, desde que assumiu, a não ser correr atrás do prejuízo. Pagar juros e tentar baixar o dólar cuja alta é de ordem meramente especulativa.



Enquanto isso, o medo assume projeção na mídia. Traficantes, no Rio de Janeiro, tentaram destruir, com explosivos, a penitenciária de Bangu III. Contidos pela pelo aparato policial, revidaram atirando em viaturas e ferindo soldados. Não satisfeitos, cravaram de balas a sede do governo, o Palácio Guanabara, ferindo gravemente nossa já tão combalida democracia.



Outro dia, o presidenciável apoiado pelo governo, em seu programa eleitoral, usou a imagem de uma famosa atriz para espalhar o terror, caso o Lula viesse a ser eleito. Como parece que vai. Fez uso das armas da intimidação, tal qual os traficantes no Rio. E passou a leitura de que não toleram os resultados das eleições quando lhes são adversos. Democratas de ocasião. Em vias de perder as eleições.



Por isso estamos com medo. Nós, que representamos mais de três quartos da população. Que optamos pelas mudanças. Opções legitimamente consagradas nas urnas do primeiro turno. Medo de que o país continue subserviente ao capital estrangeiro. Cumprindo metas traçadas pelo FMI. Sem qualquer preocupação com o desenvolvimento e com o bem-estar da população. Medo de ficarmos nesta situação de morte anunciada; tal como na crônica do escritor peruano Mário Vargas Llosa. Medo de que o mal prevaleça sobre o bem. De que o inferno se instale neste país. Medo de que piores a situação de 53 milhões de miseráveis, que foram colocados abaixo da linha de pobreza. Medo de que continuem as mortes de crianças desnutridas ou que ficam cegas, por carências de vitamina A - que já somam mais de 35 mil, nos últimos sete anos – por conta da paralisação do programa do governo que fazia a distribuição daquela vitamina, única forma de combater o mal.



Mas Deus é brasileiro. E o próprio Secretário de Tesouro Americano, Kenneth Dam, já disse com todas as letras: “Se Lula ganhar realmente as eleições, trabalharemos com ele. Faremos o melhor para apoiar o Brasil.” AMÉM.



Domingos Oliveira Medeiros

17 de outubro de 2002



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