Usina de Letras
Usina de Letras
97 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62219 )

Cartas ( 21334)

Contos (13262)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10362)

Erótico (13569)

Frases (50613)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140800)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Um barbante e uma cabeça é tudo( ou nada) na vida. -- 22/07/2004 - 08:56 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando ouvi esta predica e sua explicação, tinha somente doze anos. Foi feita por um rabino, no dia de meu bat-mitzva( cerimónia judaica da maioridade religiosa para meninas).
Na época, a mensagem transmitida era para que ao ingressarmos simbolicamente na vida religiosa ( que infere algumas responsabilidades) e na vida adulta, prestássemos atenção em nossos atos. Porque o empenho e esforço em sermos pessoas boas, honestas e humildes é o que realmente nos traria a satisfação e a felicidade em nosso dia-a-dia.
Foi feita uma demonstração com um barbante e a cabeça de uma estátua. Sobre quatro tipos de pessoas.
Essa predica volta a minha mente quase sempre. É importante em minha vida, porque uso o seu conteúdo justamente para tentar me tornar uma pessoa humanamente melhor.
Quero dividi-la com vocês:
Imagine sua cabeça e um barbante.
Deixe sua cabeça livre e permite que sua mão conduza o barbante das seguintes maneiras:
1-Ele entra pelo seu ouvido, passa pela sua cabeça e você o puxa pelo outro lado.
2-Agora, ele entra de novo pelo seu ouvido e lá fica. Não sai mais.
3- Em seguida, entra pela sua boca e sai pelo ouvido.
4-E por último,entra pelo ouvido e sai pela boca.
O barbante elucida nossa forma de ser:
1- quantas vezes escutamos e o que ouvimos sai pelo outro lado, sem nossa atenção, ponderação, etc?
2- Também ouvimos e guardamos para nós pelo resto de nossas vidas. Talvez não nos atentamos adequadamente à informação ouvida.
3- Pior ainda é quando paramos de ouvir. Falamos, falamos, e falamos tanto que nem mais escutamos. A informação não entra. Apenas sai.
4- E quando ouvimos e em seguida colocamos para fora? Não refletimos. Apenas despejamos.
O mais interessante é que o barbante entrava e logo em seguida saia. O cordão saia em um segundo. A mão do rabino retirava o cordão do outro lado.
Percebi que é muito mais fácil usar a mão a usar nossa cabeça. É mais rápido retirar o cordão, esquecer a informação ou nem coloca-la para dentro de nós.
Porque no fundo acabamos por levar nossas mãos ao caminho que melhor nos convém, mas que pode não ser de fato o melhor.
Conclui que nem tudo que ouvimos ou sabemos precisamos manter em nosso arquivo. Mas só prosseguiremos ao ouvirmos o que é real. Escutar os fatos da realidade.
Afinal, falar e ouvir são dons magníficos, que nos permitem descobrir a nós mesmos e nos inserir no mundo verdadeiramente.
Falar é um dom do ser humano, e nossa fala pode ser usada para uma boa palavra quando alguém precisa, para compartilhar idéias e aprender, etc.
Ouvir é um dom ainda maior. Porque muitas vezes o que o outro quer é apenas um "ouvido amigo" para escutar. E ouvir o outro atentamente denota respeito e compreensão com o próximo.
Aí vem sempre aquela pergunta: quando falar ou quando ficar quieto? Nem sempre saberemos. Mas ouvir aquilo que nos cabe é importantíssimo.
O cordão precisa entrar pelo ouvido, nunca pela boca.
O que fazer depois? Acho que não há receita. Acho que todos somos um misto destes quatro tipos de pessoas. E há momentos em que também não temos paciência de escutar, quando estamos muito voltados a nós mesmos.
Mas é fora de nós que também poderemos colher informações importantes para algo que nos aflige. Por isso, penso que sempre devemos ter o barbante em nossas mãos. Nunca desprezá-lo. Poderemos necessitar dele mais tarde.
Ouvir é um processo de aprendizado. Concentrando-nos no ouvir, ao invés de sempre querermos falar (pensando que assim seremos os primeiros), perceberemos que refletir é mais simples que parece. Porque a realidade não é tão complexa quanto se mostra. Ela pode nos parecer complexa, pois quantas vezes pensamos que estamos sós?
Quantas vezes esquecemos que temos boca pra pedir ajuda? E ouvidos pra escutar o que outros têm a nos dizer?
Pensamos muitas vezes que ninguém nos ajudara à altura que necessitamos. Isso ocorre porque NUNCA percebemos quantas e quantas pessoas ao nosso redor já demonstraram interesse em nos ajudar.Muitas pessoas nos amam. Nossos ouvidos não escutaram.
À medida que vamos treinando os ouvidos, descobriremos que também temos o dom de ouvir com o coração. Quão recompensador é ajudar e falar segundo a ótica de quem precisa, e não aquilo que nosso ego deseja expressar. E assim demonstrar o sentimento verdadeiro.
O treino nos habilitará a entender o outro. Reduzirá a falta de percepção do mundo externo.
E assim compreenderemos o papel da audição, da fala e consequentemente dos demais sentidos.
E perceberemos que nossa cabeça não é tão OCA quanto parece. Temos muito elemento fértil. E nossa percepção está ao nosso dispor.
A passagem de um cordão ( ou uma informação) pode ser tudo que necessitamos e procuramos naquele momento para seguir em frente.
Procure seu fio condutor e comece a exercita-lo já. Afinal, nossos ouvidos e nossa boca sabemos bem onde fica.


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui