Odilon um amigo-irmão morador (na época) da zona da leopoldina (norte) da cidade do Rio de Janeiro, trabalhava em uma empresa que tinha sua sede no centro da cidade, e por isso, ele assim como milhares de cariocas dependia única e exclusivamente da Avenida Brasil para chegar e voltar do trabalho.
Ele habitualmente acordava cedo, cedinho mesmo para evitar os terriveis engarrafamentos no trânsito. Começou saindo de casa as sete, depois dez para as sete, mais tarde seis e meia da manhã para conseguir chegar ao centro as oito, horário do início do trabalho.
Certo dia, Odilon acorda como de costume, as seis da manhã, toma banho, faz barba, escova os dentes e apenas com um cafezinho sai no horário previsto com o seu carro em direção ao centro da cidade. Na Av. Brasil, próximo a entrada da Ilha do Governador o carro morre. O trânsito era intenso, o engarrafamento já deixava qualquer um nervoso, e agora o carro enguiça. Atrás, um motorista tambem sem paciência debruça na buzina sem tirar sequer o dedo. E Odilon tentando colocar o carro para funcionar, mas não conseguindo. A bateria descarrega e o homem atrás com mais alguns caronas, impacientemente continua a buzinar. Daí Odilon não fez por menos; saiu do carro, foi até o carro do irritado e solicitou: Amigo, por favor, deixe que eu fique aí buzinando para o Sr. e coloque meu carro para funcionar!
A buzina parou, a cara do executivo ficou vermelha de vergonha e meu amigo calmamente sinalizou com um triângulo e logo apareceu um socorrista que consertou seu carro para continuar a peregrinação.
Moral da história: Ser sereno em determinadas horas é muito difícil, mas necessário.
Eu poderia ser "com certeza" o homem do carro de trás. E você?
19/09/06
Paulo M.Bernardo |
