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cronicas-->Transtorno do Pànico -- 18/07/2004 - 00:05 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Transtorno do Pànico
Por: Priscila de Faria Gaspar

Marina teve um dia normal: levou os filhos à escola, foi trabalhar no escritório, almoçou com as colegas de trabalho, aproveitou a hora do almoço para fazer algumas compras e retornou ao trabalho. Chegou em casa por volta das 18:00 horas, muito cansada, mas ainda tinha de preparar o jantar e dar conta de toda aquela bagunça. Como já estava acostumada, não contava com a colaboração do marido e dos filhos, nem pediu ajuda. Foi fazendo tudo o que precisava, sem, no entanto, perceber quanto aquela situação a deixava magoada e com raiva, diariamente - há muitos anos! O casamento estava difícil, há muito não havia um bom diálogo, tampouco a vida sexual era satisfatória. Sem contar a preocupação com o emprego, pois a firma iria dispensar alguns funcionários, mas Marina procurava não pensar nisso. Evitava as emoções desagradáveis, agindo de forma automatizada, sem estar totalmente presente na situação. Terminou de guardar a louça na cozinha, sentou-se um pouco para ver a novela e, finalmente, relaxar. Então, foi acometida por um mal-estar súbito: palpitação, suor, dor no peito - achou que fosse morrer. Levada ao pronto socorro, realizaram exames e a hipótese de um infarto foi totalmente excluída. Voltou para casa com a recomendação de que precisava descansar. Deveria ser apenas estresse. A partir desse dia, Marina passou a ter medo de sair de casa desacompanhada - temia passar mal na rua. Novas crises ocorreram e cada vez ela tinha mais medo de que uma nova crise a acometesse num momento em que não pudesse contar com a ajuda de ninguém. Parou de dirigir e só saía acompanhada. Mais alguns exames e nenhuma causa orgànica foi encontrada. Veio o diagnóstico: Transtorno do Pànico.

Mas, afinal, o que é o Transtorno do Pànico?

O Transtorno do Pànico caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas que, muitas vezes, simulam doenças orgànicas como certas cardiopatias (doenças do coração). Acometido por taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), sudorese (suor), sensação de morte iminente e, algumas vezes, dores na região do peito, o sujeito passa a sentir-se angustiado ao ponto de não conseguir mais realizar suas tarefas diárias. Evita sair de casa, dirigir etc., com sérios prejuízos profissionais e nas relações, tanto as sociais como as familiares.

Em geral, a partir da primeira crise, o sujeito passa a ter muito medo, aumentando a possibilidade de ter novas crises. É atualmente considerada um transtorno de ansiedade, juntamente com as Fobias, o Estresse Pós-Traumático, o Distúrbio da Ansiedade Generalizada e o Transtorno Obsessivo Compulsivo. Enquanto que nas Fobias o sujeito teme algo fora de seu corpo, no Transtorno do Pànico teme as rações do próprio corpo. É frequente o medo da morte, pois na crise pode haver uma sensação de morte iminente, bem como medo de enlouquecer, por causa da perda de controle.

A ansiedade, por sua vez, pode aparecer em graus variados, desde um estado normal de alerta, no qual o sujeito está mais atento, passando por uma agitação difícil de ser definida, o medo e, num grau extremo, o pànico. Em certas situações de perigo real, a experiência emocional do pànico ocorre sem que isso caracterize um distúrbio. No Transtorno do Pànico o sujeito tem as mesmas sensações orgànicas e as emoções que sentiria se estivesse, por exemplo, em meio a um incêndio, mas neste caso sem saber de quê sente medo ou o quê o está ameaçando.

Ao contrário de que se costuma veicular, o transtorno do pànico não é uma doença nova, apenas essa denominação é recente. No século XIX, Freud já havia descrito quadro muito semelhante sob a denominação de "neurose de angústia", sendo as crises denominadas "ataques de angústia". Os "ataques de angústia" segundo Freud, poderiam ser acompanhados por distúrbios da atividade cardíaca, distúrbios respiratórios, acessos de suor, tremores, calafrios, fome devoradora, entre outros sintomas. Para o Pai da Psicanálise, a maioria dos casos relacionava-se à necessidade sexual não satisfeita, embora ele também considerasse os casos decorrentes do excesso de trabalho, bem como os que ocorriam após recuperação de alguma doença grave.



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